História, perguntado por alexandreramosp9rjhy, 1 ano atrás

O que é alto Império e baixo Império de Roma ?

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Respondido por amanacti
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O Alto Império Romano

O Império se estabeleceu de fato em Roma quando Caio Otávio retornou do Egito com seu numeroso exército. O Senado concedeu-lhe vários títulos que legalizaram seu poder absoluto: cônsul vitalício, censor, imperador, príncipe do Senado e, finalmente, Augusto (título até então só atribuído aos deuses e que permitia a Otávio escolher seu sucessor).

Embora Otávio Augusto conservasse durante seu reinado as aparências republicanas, seu poder apoiava-se efetivamente no imperium (comando do Exército), no poder proconsular (direito de indicar os governadores das províncias) e no poder tribunício (poder de representar a plebe).

Augusto reorganizou as províncias, dividindo-as em imperiais (militares) e senatoriais (civis). Indicava os governadores e os controlava através de inspeções diretas e relatórios anuais feitos pelos sucessores dos mesmos. Criou o sistema estatal de cobrança de impostos, acabando com a concessão da arrecadação a particulares (publicanos).

No plano social, acabou com a tradicional superioridade do patriciado e criou um sistema censitário baseado na renda anual de cada um. Os mais ricos, acima de 1 milhão de sestércios (moeda de prata cunhada em Roma), pertenciam à Ordem Senatorial, que tinha todos os privilégios políticos e se distinguia pelo uso da cor púrpura. A renda acima de 400 mil sestércios indicava o homem da Ordem Equestre, com menos direitos e a cor distintiva azul. Abaixo desse índice monetário ninguém tinha direitos políticos, era a Ordem Inferior.

Augusto procurou conter a influência da cultura oriental e grega (helenística), que dominava Roma e estimulava a busca do prazer (hedonismo) e o culto aos deuses místicos orientais. Tentou reavivar os valores morais do passado agrário de Roma, sem muito êxito. Para defender suas ideias, trouxe para a corte literatos como Tito Lívio, Virgílio, Ovídio e Horácio.

Não tendo herdeiros diretos, Augusto indicou como sucessor seu genro, Tibério. Não obstante, as indicações seguintes seriam em geral feitas pelos militares, notadamente da Guarda Pretoriana.

Com Augusto começou a dinastia Júlio-Claudiana do Império Romano, a qual seria continuada pelos Flávios até 96 d.C., quando terminaram os chamados Doze Césares. Em seguida viriam os Antoninos e mais tarde os Severos, já no século III.


O Baixo Império Romano e a crise

No século III tem início a crise do Império, abalado por problemas econômicos, militares, políticos e religiosos. A crise econômica tinha suas origens na cessação das guerras de conquista e na consequente redução do número de escravos. O déficit orçamentário, resultante do aumento das despesas, levou o poder político a aumentar excessivamente os impostos. Os preços se elevaram, os mercados se retraíram e a produção declinou.

O Império Romano, já na época de Augusto, abrangia a maior pane do mundo então conhecido. Suas legiões garantiam a dominação das províncias, fornecedoras de riquesas que fizeram a grandeza de Roma.

Começou o êxodo urbano, a concentração da vida no campo em propriedades autossuficientes, chamadas vilas, precursoras dos feudos medievais. Caracterizavam-se pela economia agrária de consumo, com o trabalho exercido em termos de meação. Os clientes (romanos) e os colonos (germânicos) cultivavam a terra, entregando metade da produção ao dono da mesma. Os pequenos proprietários endividados (precários) tinham o mesmo estatuto, sendo porém livres, ao passo que clientes e colonos viam-se presos à área em que trabalhavam.

Caio Otávio, sobrinho de Júlio césar e membro do Segundo Triunvirato, passou a ser o homem mais poderoso de Roma, tornou-se o primeiro imperador de Roma, com o nome de Augusto, até então reservado aos deuses. Seu brilhante governo mereceu da posteridade o nome de “Século de Augusto”.

Nessa mesma época, agravou-se a crise religiosa. O Cristianismo começou a se difundir pelo Império logo após o martírio de Cristo. Ao mesmo tempo em que enfraquecia o poder imperial, o Cristianismo tomava-se a própria base legal do poder no fim do Império.  

Mas a situação se agravava. A crise política estava intimamente relacionada com os problemas militares, pois o Exército conturbava a ordem nas épocas de sucessão imperial. Já na última fase do Império, Diocleciano (284- 304) tentou contornar o problema dividindo-o em quatro partes (tetrarquia). Depois de sua morte, as disputas sucessórias renasceram, pois Constantino reunificou o Império.

Outras divisões se verificaram, até à última, determinada por Teodósio, em 395, que criou o Império Romano do Ocidente (Roma) e o império Romano do Oriente (Constantinopla). Depois dessa divisão nunca mais o Império se reunificou em sua integridade, pois os bárbaros ocuparam a parte ocidental, enquanto o Império Oriental sobreviveu até a conquista muçulmana de Constantinopla, em 1453.

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