O que é a ética da responsabilidade?
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Ética e responsabilidade social.
Na verdade, a ética, que entendemos como a maneira de pôr em prática nossa
hierarquia de valores morais, e o exercício da responsabilidade social da empresa
andam de mãos dadas. E esta é uma visão bastante complexa diante das pressões
do mercado e de outras de todo tipo às quais os administradores são submetidos
diariamente nas suas tarefa.
Em seu livro “Ética nas Empresas” 3, que tive a alegria de ajudar a traduzir, a Profª
Laura Nash faz uma lista de trinta itens que influenciam as decisões do dia a dia do
administrador. Vou citar apenas alguns:
– Ganância
– Relatórios distorcidos
– Inadimplência/fraude
– Deslealdade
– Má qualidade
– Favoritismo
– Conflito de interesses
– Falsidade ideológica, etc.
Creio que, no Brasil, esta lista deveria ser acrescida de um item que adquire uma
importância cada vez maior. É a filosofia do “mais ou menos”, que vem se
manifestando em todos os aspectos da vida nacional. A clareza, a distinção nítida
entre o certo e o errado, que infelizmente não se ensina mais nas escolas e nas
famílias e que se pratica cada vez menos na atividade profissional, traz para este
país, sem que se perceba, um imenso volume de problemas. Não me considero um
“caxias”, mas creio que se realmente quisermos, um dia, nos relacionarmos em
termos de igualdade com o chamado “Primeiro Mundo”, aí está um problema de ética
e responsabilidade social que precisamos resolver. Lembraria aqui, apenas a título de
exemplo, as dificuldades causadas pela falta de pontualidade e pela falta de garantia
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de uma qualidade continuada nas exportações; a mentalidade do querer “levar
vantagem em tudo” etc.
Mas o que eu quero dizer efetivamente é que, queiramos ou não, na administração
dos negócios, somos constante e permanentemente envolvidos em decisões que
devem ser tomadas e nas quais o posicionamento ético que assumimos é
fundamental. E nestas decisões, se os valores em nome dos quais a empresa está no
mercado não forem muito claros na cabeça dos administradores, corre-se, no
mínimo, o risco de ser incoerente e, quase sempre, o de tomar a decisão errada.
Muitas empresas procuram, hoje em dia, ajudar seus administradores neste sentido,
definindo “códigos de ética” ou “credos” em que estes valores básicos se encontram
esclarecidos e traduzidos em todo um instrumental de trabalho. (Exemplos: Boeing,
Johnson & Johnson, J. C. Penney, Vale do Rio Doce, etc.)
A nossa tendência, como administradores eficientes que somos, é de tomar sempre
as nossas decisões em função da relação custo-benefício (ou, como diz o americano,
o “bottom line”). Ora, em muitas situações, os valores morais e os princípios éticos
que estão em jogo não permitem – ou não deveriam permitir – a montagem deste
tipo de equação. Conta-se que na década de 30, quando o lendário Alfred Sloane era
presidente executivo da General Motors, apresentaram-lhe o vidro de segurança para
ser usado nos pára-brisas dos carros. Ele teria recusado, dizendo: “Se eu aceitar
todas as bobagens que me são propostas, onde vai parar o dividendo dos
acionistas?” Quantas pessoas morreram ou foram desfiguradas por causa dessa
decisão? Ainda no mesmo contexto, eis uma frase que ouvi, certa vez, de um
executivo: “Não adianta filosofar muito: o nosso principal motivador é o lucro. Em
segundo lugar, procuramos evitar que o nosso produto mate os nossos clientes”. Em
segundo lugar?
Fica bastante claro que, quando o valor principal e, segundo a escola de Chicago,
exclusivo em termos de responsabilidade social da empresa é o de ter lucro,
qualquer outro que venha atrapalhar – relativo aos seres humanos, à ecologia ou
outros do mesmo tipo – passará automaticamente ao segundo plano.
Há ainda um outro critério de valor que influencia as nossas decisões. É a natureza
que atribuímos à empresa. Se a nossa ética for a da solidariedade, a empresa será a
comunidade de pessoas, como vimos antes. Se, por outro lado, for a ética da
sobrevivência, a empresa tenderá a se transformar numa mercadoria, a ser
transacionada no mercado pelo melhor preço possível. E o melhor preço possível
depende, evidentemente, da situação que demonstra o balanço da empresa. Já
estamos produzindo balanços semestrais e logo, como os americanos, estaremos
produzindo balanços trimestrais. O prazo que a empresa tem para apresentar lucro
vai se tornando cada vez mais curto, para ser mais facilmente negociável, como
mercadoria. E, naturalmente, as decisões vão sendo tomadas com base nesta
necessidade de lucro a curto prazo. O que se pergunta é “como fica o empregado,
como fica o cliente, nesta perspectiva?” As empresas japonesas, como a Honda, por
exemplo, que baseiam sua abordagem empresarial sobre o relacionamento em longo
prazo com o cliente, não estariam tendo o sucesso que têm por causa desta visão?
Na verdade, a ética, que entendemos como a maneira de pôr em prática nossa
hierarquia de valores morais, e o exercício da responsabilidade social da empresa
andam de mãos dadas. E esta é uma visão bastante complexa diante das pressões
do mercado e de outras de todo tipo às quais os administradores são submetidos
diariamente nas suas tarefa.
Em seu livro “Ética nas Empresas” 3, que tive a alegria de ajudar a traduzir, a Profª
Laura Nash faz uma lista de trinta itens que influenciam as decisões do dia a dia do
administrador. Vou citar apenas alguns:
– Ganância
– Relatórios distorcidos
– Inadimplência/fraude
– Deslealdade
– Má qualidade
– Favoritismo
– Conflito de interesses
– Falsidade ideológica, etc.
Creio que, no Brasil, esta lista deveria ser acrescida de um item que adquire uma
importância cada vez maior. É a filosofia do “mais ou menos”, que vem se
manifestando em todos os aspectos da vida nacional. A clareza, a distinção nítida
entre o certo e o errado, que infelizmente não se ensina mais nas escolas e nas
famílias e que se pratica cada vez menos na atividade profissional, traz para este
país, sem que se perceba, um imenso volume de problemas. Não me considero um
“caxias”, mas creio que se realmente quisermos, um dia, nos relacionarmos em
termos de igualdade com o chamado “Primeiro Mundo”, aí está um problema de ética
e responsabilidade social que precisamos resolver. Lembraria aqui, apenas a título de
exemplo, as dificuldades causadas pela falta de pontualidade e pela falta de garantia
5
de uma qualidade continuada nas exportações; a mentalidade do querer “levar
vantagem em tudo” etc.
Mas o que eu quero dizer efetivamente é que, queiramos ou não, na administração
dos negócios, somos constante e permanentemente envolvidos em decisões que
devem ser tomadas e nas quais o posicionamento ético que assumimos é
fundamental. E nestas decisões, se os valores em nome dos quais a empresa está no
mercado não forem muito claros na cabeça dos administradores, corre-se, no
mínimo, o risco de ser incoerente e, quase sempre, o de tomar a decisão errada.
Muitas empresas procuram, hoje em dia, ajudar seus administradores neste sentido,
definindo “códigos de ética” ou “credos” em que estes valores básicos se encontram
esclarecidos e traduzidos em todo um instrumental de trabalho. (Exemplos: Boeing,
Johnson & Johnson, J. C. Penney, Vale do Rio Doce, etc.)
A nossa tendência, como administradores eficientes que somos, é de tomar sempre
as nossas decisões em função da relação custo-benefício (ou, como diz o americano,
o “bottom line”). Ora, em muitas situações, os valores morais e os princípios éticos
que estão em jogo não permitem – ou não deveriam permitir – a montagem deste
tipo de equação. Conta-se que na década de 30, quando o lendário Alfred Sloane era
presidente executivo da General Motors, apresentaram-lhe o vidro de segurança para
ser usado nos pára-brisas dos carros. Ele teria recusado, dizendo: “Se eu aceitar
todas as bobagens que me são propostas, onde vai parar o dividendo dos
acionistas?” Quantas pessoas morreram ou foram desfiguradas por causa dessa
decisão? Ainda no mesmo contexto, eis uma frase que ouvi, certa vez, de um
executivo: “Não adianta filosofar muito: o nosso principal motivador é o lucro. Em
segundo lugar, procuramos evitar que o nosso produto mate os nossos clientes”. Em
segundo lugar?
Fica bastante claro que, quando o valor principal e, segundo a escola de Chicago,
exclusivo em termos de responsabilidade social da empresa é o de ter lucro,
qualquer outro que venha atrapalhar – relativo aos seres humanos, à ecologia ou
outros do mesmo tipo – passará automaticamente ao segundo plano.
Há ainda um outro critério de valor que influencia as nossas decisões. É a natureza
que atribuímos à empresa. Se a nossa ética for a da solidariedade, a empresa será a
comunidade de pessoas, como vimos antes. Se, por outro lado, for a ética da
sobrevivência, a empresa tenderá a se transformar numa mercadoria, a ser
transacionada no mercado pelo melhor preço possível. E o melhor preço possível
depende, evidentemente, da situação que demonstra o balanço da empresa. Já
estamos produzindo balanços semestrais e logo, como os americanos, estaremos
produzindo balanços trimestrais. O prazo que a empresa tem para apresentar lucro
vai se tornando cada vez mais curto, para ser mais facilmente negociável, como
mercadoria. E, naturalmente, as decisões vão sendo tomadas com base nesta
necessidade de lucro a curto prazo. O que se pergunta é “como fica o empregado,
como fica o cliente, nesta perspectiva?” As empresas japonesas, como a Honda, por
exemplo, que baseiam sua abordagem empresarial sobre o relacionamento em longo
prazo com o cliente, não estariam tendo o sucesso que têm por causa desta visão?
mylenacb:
Brigada!!
Respondido por
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Tá voltada a carreira política, os políticos com suas convicções pessoais, acabam tomando decisões impostas pelas circunstâncias. E muitas das vezes com a confiança que foram lhe dadas pelos seus eleitores, acabam esquecendo o que prometeram.
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