O que é a cultura do racismo?
Como entender o racismo?
Como combater o racismo?
Soluções para a tarefa
Resposta:
O racismo no Brasil tem sido um grande problema desde a era colonial e escravocrata imposta pelos colonizadores portugueses. Uma pesquisa publicada em 2011 indica que 63,7% dos brasileiros consideram que a raça interfere na qualidade de vida dos cidadãos. Para a maioria dos 15 mil entrevistados, a diferença entre a vida dos brancos e de não brancos é evidente no trabalho (71%), em questões relacionadas à justiça e à polícia (68,3%) e em relações sociais (65%).[1] O termo apartheid social tem sido utilizado para descrever diversos aspectos da desigualdade econômica, entre outros no Brasil, traçando um paralelo com a separação de brancos e negros na sociedade sul-africana, sob o regime do apartheid. O resultado da pesquisa, elaborada em 2008, demonstra que, apesar de compor metade da população brasileira, os negros elegeram pouco mais do que 8% dos 513 representantes escolhidos na última eleição.[2]
De acordo com dados da Pesquisa Mensal do Emprego de 2015, os trabalhadores negros ganharam, em média, 59,2% do rendimento que os brancos ganham, o que também pode ser explicado pela diferença de educação entre esses dois grupos.[3] Além disso, de acordo com um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o percentual de negros assassinados no país é 132% maior que o de brancos.[4]
Daqueles que ganham menos de um salário mínimo, 63% são negros/pardos e 34% são brancos. Dos brasileiros mais ricos, 11% são negros/pardos e 85% são brancos. Em uma pesquisa realizada em 2000, 93% dos entrevistados reconheceram que existe preconceito racial no Brasil, mas 87% dos entrevistados afirmaram que mesmo assim nunca sentiram tal discriminação. Isto indica que os brasileiros reconhecem que há desigualdade racial, mas o preconceito não é uma questão atual, mas algo remanescente da escravidão. De acordo com Ivanir dos Santos (ex-especialista do Ministério da Justiça para assuntos raciais), "há uma hierarquia de cor da pele onde os negros parecem saber seu lugar."[5] Para a advogada Margarida Pressburger, membro do Subcomitê de Prevenção da Tortura da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil ainda é "um país racista e homofóbico."[6]
Um relatório divulgado pela ONU em 2014, com base em dados coletados no fim de 2013, apontou que os negros do país são os que mais são assassinados, os que têm menor escolaridade, menores salários, menor acesso ao sistema de saúde e os que morrem mais cedo. Também é o grupo populacional brasileiro que mais está presente no sistema prisional e o que menos ocupa postos nos governos. Segundo o relatório, o desemprego entre os afro-brasileiros é 50% superior ao restante da sociedade, enquanto a renda é metade da registrada entre a população branca. As taxas de analfabetismo são duas vezes superiores ao registrado entre o restante dos habitantes. Além disso, apesar de fazerem parte de mais de 50% da população (entre pretos e pardos), os negros representam apenas 20% da produção do produto interno bruto (PIB) do país. A violência policial contra os negros e o racismo institucionalizado também são apontados pelas Nações Unidas. "O uso da força e da violência para o controle do crime passou a ser aceito pela sociedade como um todo porque é perpetuado contra um setor da sociedade cujas vidas não são consideradas como tão valiosas", criticou a ONU. Em 2010, 76,6% dos homicídios no país envolveram afro-brasileiros. Apesar de reconhecer avanços no esforço do governo para lidar com o problema, o chamado mito "democracia racial" foi apontado pela organização internacional como um impedimento para superar o racismo no país, visto que é "frequentemente usado por políticos conservadores para desacreditar ações afirmativas". "A negação da sociedade da existência do racismo ainda continua sendo uma barreira à Justiça", afirmou o relatório.[7]
Explicação:
Espero ter ajudado
Resposta:
O racismo é um dos piores males da humanidade, e como se não bastasse, vai se perpetuando ao longo das gerações. O combate a esse tipo de preconceito deve ser uma luta diária, seja nas relações sociais, seja internamente.
A partir de 2003, a lei federal 10.639 tornou obrigatório, nas escolas públicas e particulares, o ensino da cultura afro-brasileira. Essa é uma medida que já está surtindo efeito, visto que, quanto antes abordarmos o assunto com crianças e adolescentes, maior será o sucesso no combate ao racismo.
Dessa forma, nas instituições de ensino, é possível que você encontre mais adeptos ao respeito e ao apreço pela diversidade. Pensando nisso, reunimos 7 dicas essenciais para que um estudante possa ajudar no combate ao racismo. Continue a leitura!
1. Realize um debate crítico com os colegas
O racismo deve ser uma pauta cotidiana das escolas e faculdades, e precisa envolver tanto professores como estudantes. O mais importante é construir um ambiente de respeito ao próximo e ao que ele tem de mais especial: as diferenças.
A você, como aluno e engajado no combate ao racismo, cabe propor um debate saudável e crítico, apostando nas evidências de discriminação racial na sociedade, o que fará com que o outro pense sobre as atitudes que está tomando.
Lembre-se de que muitas ações racistas passam despercebidas pela maioria, como piadas e expressões pejorativas. Entretanto, para quem está do outro lado, pode se parecer com uma navalha que fere.
A melhor forma de levar e desenvolver o debate crítico em relação ao racismo é questionar cada detalhe do preconceito racial, seja ele envolvendo um ato claramente racista, seja a partir de uma lei, a qual visa criminalizar qualquer atitude preconceituosa.
Portanto, encoraje os professores a trabalharem esse tema em sala de aula, especialmente em disciplinas que envolvem a ética e a moral.
2. Leve fatos do cotidiano para a discussão
Encontrar assuntos não será um problema, infelizmente! Afinal, basta dar uma vasculhada pela internet e você encontrará uma infinidade de exemplos práticos para debater. Levar esses fatos cotidianos para a discussão ajudará a ilustrar a importância da colaboração de cada um.
Você pode abordar tanto casos que acabaram na justiça ou que tiveram repercussões grandiosas, como o da jornalista Maria Júlia Coutinho ou da filha de Bruno Gagliasso, Titi, quanto acontecimentos mais recorrentes e que não são levados a público.
Além disso, comentários de notícias polêmicas também podem ser usados como exemplos, devido à gama de xingamentos preconceituosos e racistas que podem ser encontrados. Muitas vezes, isso ocorre quando as pessoas não conseguem manter um diálogo equilibrado e partem para ofensas raciais.
Esses exemplos vão ilustrar para os demais que o racismo, algumas vezes, pouco declarado, está velado no mundo real. Mas no mundo virtual, protegidas pela tela do computador e na certeza da impunidade, as pessoas costumam se revelar.
3. Tenha maturidade para lidar com as situações
Tenha em mente que esse é um assunto muito delicado e, por isso, é preciso ter jogo de cintura e maturidade para lidar com as situações.
Discutir não vai resolver. Apenas coloque seu ponto de vista e argumentos, sempre na tentativa de desconstruir a falsa ideia de que existem raças superiores e inferiores.
4. Não classifique ninguém pela cor da pele
A maioria dos seres humanos sentem orgulho da cor da pele. E isso não tem nada de errado, porém, essa não deve ser uma premissa para desmerecer o outro pelo simples fato da cor da pele ser diferente.
O fato é que, normalmente, algumas formas de tratamento possuem uma conotação racista, e isso poderá constranger e atingir as pessoas. Evitar os tratamentos que remetam à cor é uma forma de ajudar no combate ao racismo e a outras formas de preconceito na faculdade.
5. Mantenha-se coerente no combate ao racismo
Uma coisa é falar, e outra é agir — esta é uma frase bastante batida, mas que faz sentido em qualquer época. De nada adiante se tornar um militante do combate ao racismo e continuar com as piadinhas infames, as quais fazem parecer que a definição da personalidade de uma pessoa se dá pela cor da pele.
6. Seja um agente da mudança
A melhor maneira de se tornar um agente transformador é começar por uma mudança interna. O combate ao racismo, para ser eficiente, deve ser pessoal. O exemplo é a forma mais produtiva de mostrar ao mundo a necessidade de uma convivência mais harmônica.
Aproveite toda e qualquer oportunidade de sensibilizar gestores, diretores, professores, colegas de classe e a comunidade em geral sobre a importância do combate ao racismo. Não espere por um pronunciamento oficial para oferecer ajuda às pessoas que ainda não entenderam o equívoco da classificação por raças.
Explicação:Pf Midar Pontos