O que contribui para a divisão no governo de Deodoro da Fonseca?
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Resposta:
Ao longo de 1891, como mencionado, o presidente foi indispondo-se cada vez mais com os parlamentares brasileiros. O autoritarismo de Deodoro era o grande problema, e isso acirrava as disputas políticas no país. Deodoro da Fonseca, além de autoritário, não tinha tato político.
Ele procurou nomear uma série de “indenistas” (conservadores que apoiavam a monarquia e que passaram a apoiar o republicanismo após a abolição dos escravos) para cargos como o de presidente de estado, por exemplo. Essas ações desagradavam aos republicanos históricos – os políticos que historicamente eram republicanistas.
Uma das nomeações que mais geraram repercussão foi a do Barão de Lucena para o Ministério do Trabalho, um conhecido monarquista da época. A nomeação dele para a pasta do Trabalho indignou os republicanos brasileiros. No embate contra o presidente, os parlamentares tentaram aprovar, no segundo semestre de 1891, a Lei de Responsabilidades, que reduzia os poderes presidenciais.
A resposta do presidente foi autoritária. Em novembro, ele anunciou o fechamento e a dissolução do Congresso, e a reação civil e militar foi imediata. Um movimento de resistência política contra a ação do presidente organizou-se; uma greve de ferroviários estourou no Rio de Janeiro, e a Armada rebelou-se, exigiu a reabertura do Congresso e ameaçou bombardear o Rio de Janeiro se o Congresso não reabrisse.
Encurralado e temendo que o país se enfiasse em uma guerra civil, o presidente acabou renunciando em 23 de novembro de 1889. Seu vice, Floriano Peixoto, assumiu a presidência – em uma espécie de acordo entre Floriano e os parlamentares – como forma de garantir estabilidade ao Brasil.
Explicação:
A Proclamação da República foi um acontecimento resultado da insatisfação, sobretudo, dos militares com a monarquia. Eles estavam insatisfeitos por múltiplos fatores, sobretudo porque se consideravam injustiçados pela forma que eram tratados pelo regime monárquico. Da década de 1870 em diante, articulou-se um movimento republicano que, com apoio dos cafeicultores paulistas, conseguiu derrubar a monarquia.
O grande envolvimento dos militares no movimento fez com que eles se tornassem protagonistas nos primeiros anos da república brasileira, e, por isso, Deodoro da Fonseca foi nomeado para presidir o governo provisório. Seu governo, porém, não ficou ausente de problemas e contestações, frutos de um regime (republicano) implantado na base do improviso.
O governo de Deodoro da Fonseca foi, no mínimo, controverso. Essa administração esteve inserida dentro da fase de transição e, por conta disso, as transformações que o país enfrentou foram intensas, assim como as tensões inerentes a elas. Esse comando ficou fortemente marcado por uma grande crise política e econômica.
Nos primeiros meses de república, existia uma disputa muito grande entre positivistas e liberais a respeito dos rumos que o país tomaria. Os positivistas (muitos deles faziam parte do Exército) defendiam que o país deveria ser governado por uma república autoritária que promoveria a sua modernização à força. Os liberais, por sua vez, defendiam a necessidade de formar-se uma Assembleia Constituinte, que elaboraria uma constituição liberal com enfoque no federalismo e nas liberdades individuais. Como perceberemos ao longo deste texto, a saída liberal foi a vitoriosa.
O marechal Deodoro da Fonseca é conhecido por ter sido o primeiro presidente do Brasil. Esteve à frente do cargo de 1889 a 1891, e seu governo é dividido pelos historiadores em duas fases: uma provisória e outra constitucional.