O que atingiu a crise econômica e social?
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Antes de mais nada, precisamos explicar que a economia é cíclica – apesar de apresentar períodos de certa estabilidade. Isso significa que, em alguns momentos há crescimento e em outros há queda da atividade econômica, o que é um padrão normal do sistema capitalista. Ou seja, de tempos em tempos passaremos por crises, isso é inevitável. O que pode variar são as razões que levam às crises, os setores da economia que serão mais afetados e a intensidade delas, é claro. Em geral, grandes crises afetam de alguma forma todos os países do sistema capitalista, pois as economias são dependentes entre si.
O desemprego é uma das mais graves consequências para a economia durante uma crise.
Durante uma crise econômica há declínio da atividade econômica. A demanda por consumo diminui, o que leva à diminuição da taxa de lucro das empresas. Como as empresas passam a lucrar menos, muitas delas acabam demitindo funcionários e isso leva ao aumento de taxas de desemprego. Com mais pessoas desempregadas, a renda diminui, o que leva a um menor consumo das famílias, ou seja, menor demanda. Como podemos ver, esse ciclo tende a se reproduzir e se intensificar. Para frear o ciclo, é necessário adotar políticas econômicas de estímulo à economia e o sucesso – ou não – dessas medidas, vai determinar a intensidade e duração dessas crises.
A intensidade de uma crise econômica para outra varia. Você provavelmente já ouviu falar sobre a crise de 1929, não é mesmo? Essa é a crise mais famosa do sistema capitalista, ela foi tão grave que é considerada uma depressão. Há duas classificações de crise conforme sua força e duração: recessão e depressão, veja abaixo a diferença entre elas.
Recessão: as recessões são crises relativamente curtas, são fases nas quais há retração da atividade econômica, aumento do desemprego, diminuição da produção, nas taxas de lucro e nos investimentos. Considera-se em recessão uma economia que apresenta queda no PIB por dois trimestres consecutivos.
Depressão: são crises duradouras – um estado de agravamento da recessão – com forte redução da atividade econômica, falências, altas taxas de desemprego e grandes quedas de produção e investimentos. Geralmente considera-se depressão uma recessão que ultrapassa 3 ou 4 anos de duração ou então, uma queda drástica no PIB.
Líderes de partidos da base governista se reúnem com Michel Temer em almoço. Foto: Beto Barata/ PR
Isso mesmo, o Produto Interno Bruto é a soma de toda a riqueza – conjunto de bens e serviços – produzidos internamente no país durante um determinado período de tempo. É um dos indicadores mais utilizados para medir o tamanho de uma economia, bem como seu crescimento ou recessão.
Há duas formas de calcular o PIB: pela oferta e pela demanda. Na ótica da oferta, soma-se o valor do que é produzido pela indústria, serviços e agropecuária. Na ótica da demanda, calcula-se o que é gasto: o consumo das famílias em bens e serviços, gastos do governo, investimentos das empresas e as exportações, descontadas as importações.
Para saber mais: o que é PIB?
Para você entender melhor o fenômeno das crises econômicas, vamos explicar brevemente o que aconteceu antes, durante e depois de três crises importantes da história: a depressão de 1929, a crise econômica mundial em 2008 e a recessão brasileira entre 2014 e 2016.
Para entender a crise econômica de 1929, vamos relembrar o que estava acontecendo antes desse período. Com o final da Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos tinham a Europa como um grande consumidor dos seus produtos, afinal, a indústria europeia tinha sido afetada pela guerra e boa parte dos produtos tinham que vir de fora. Mas, aos poucos, a indústria dos países europeus foi se recuperando, a necessidade de importar produtos diminuiu e esses países passaram a comprar menos dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos – devido a essa demanda externa – estavam produzindo muito, mas com a redução das exportações para a Europa, sofreram uma crise de superprodução. Isso significa que havia muito produto, mas não havia comprador. Com muitos produtos parados, as empresas passaram a demitir funcionários, o que teve como consequência taxas altas de desemprego e crescimento da pobreza. Como as empresas estavam ameaçadas, a compra de suas ações reduziu drasticamente, o que levou à famosa quebra da bolsa de valores.
A crise de 1929 foi uma crise do liberalismo. O liberalismo defendia o Estado mínimo, ou seja, a menor intervenção possível do Estado na economia. Segundo essa corrente de pensamento, o mercado se ajustaria conforme a lei de oferta e demanda. Porém, o mercado não foi capaz de se auto regular e a economia entrou em crise. Para a recuperação do país, foram adotadas medidas de intervenção do Estado na economia, como estímulos às indústrias e programas