Português, perguntado por Brasa31, 1 ano atrás

O que aconteceu na transição do latim clássico para o latim vulgar no que se refere às declinações? Escolha uma: a. Foi mantido o mesmo número no latim clássico e no vulgar. b. Aumentou o número de declinações de 5 para 6. c. O latim vulgar não sofreu qualquer alteração. d. Diminuiu o número, passando, basicamente a 3 declinações. e. Às declinações já existentes somaram-se os casos.

Soluções para a tarefa

Respondido por Usuário anônimo
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A língua latina era uma só, mas, como ocorre em toda língua de cultura, apresentava diversidade de realizações, constituindo um diassistema em que se contrapunham dois níveis: o latim escrito e o latim falado. Em termos lingüísticos, uma variante culta (sermo nobilis) e uma variante coloquial-popular (sermo vulgaris ou usualis), que corresponderiam respectivamente aos dois segmentos fundamentais da sociedade romana: os patrícios e os plebeus.sermo nobilis, regido pela disciplina gramatical, gozava de notável unidade em todo o Império. Era a língua da escola, das letras, da retórica, da política e das leis. Sua versão literária, estilizada, recebe a denominação de latim clássico (LC), cujo período de esplendor vai do século I a.C. ao I d.C. Nessa modalidade de língua é que foram compostos os monumentos literários da prosa e da poesia latina, representados pelas obras de Cícero, César, Horácio, Virgílio, Ovídio, dentre outros escritores de relevo.Estilisticamente, pautava-se o LC pelo apuro do vocabulário, correção gramatical e elegância do estilo. Gramaticalmente, caracterizava-se pela riqueza flexional e pelo sintetismo morfossintático. Possuía 5 declinações, 6 casos, 4 conjugações verbais e 3 gêneros (masc., fem. e neutro). A oposição de quantidade (vogal longa/breve) era um traço pertinente de seu sistema fonológico. Da preservação dessa língua literária é que pôde ser depreendida a estrutura léxico-gramatical do idioma dos romanos, hoje registrada nos dicionários e gramáticas de latim e ensinada nas Faculdades de Letras.O sermo vulgaris, o chamado latim vulgar (LV), por sua vez, era a língua viva, falada cotidianamente não apenas pela plebe (como sugere o inadequado adjetivo "vulgar"), mas na verdade por todos os segmentos da sociedade romana, inclusive os usuários do sermo nobilis, conforme deixa entrever a descrição de Quintiliano (I d.C.), a qual faz referência a uma das modalidades desse tipo de língua: “Sermone quotidiano – quo cum amicis, coniugibus, liberis, servis loquamur” (XII, 10, 40) “falar cotidiano, por meio do qual falamos com os amigos, cônjuges, filhos, escravos”.Falado em todas as épocas e regiões do orbis romanus, constituía o LV um conjunto complexo e instável de fatos lingüísticos, englobando variados sermones (cottidianus, rusticus, provincialis), daí Serafim da Silva Neto preferir chamá-lo de latim corrente. Na condição de língua predominantemente oral, estava sujeito a toda sorte de alterações e influências: temporais, geográficas e sobretudo socioculturais. Nunca foi uniforme, e sua evolução ao longo do tempo acompanhou a expansão e as vicissitudes do Império Romano, durante um período de aproximadamente oito séculos (III a.C. – V d.C.).Durante esse longo e incessante devenir o LV, avesso à disciplina gramatical, evoluiu livremente e, embora houvesse inúmeros pontos de contato entre a língua escrita e a falada, foi pouco a pouco se diferenciando do latim escrito, efetivando inclusive certas tendências latentes no próprio LC. Nesse sentido, acabou por forjar um arcabouço fonológico e morfossintático que serviu de base para o desenvolvimento das línguas românicas e que pode ser assim sintetizado: perda da oposição de quantidade, perda do -mfinal, desenvolvimento de determinantes (artigos), maior uso de prefixos e sufixos, grande simplificação flexional, largo uso de preposições (tendência ao analitismo), predomínio da ordem direta, léxico mais simples.

Tão profundas modificações acabaram por configurar a fisionomia gramatical do LV: oposição vocálica de qualidade (vogal aberta/fechada), 3 declinações (fusão da 4ª com a 2ª e da 5ª com a 1ª), 3 conjugações (fusão da 3ª em -ĕre com a 2ª em -ēre), 2 gêneros (masc. e fem., com a eliminação do neutro) e redução dos 6 casos a 2 (nom. e acus.) e depois a 1 (acus.). Da evolução gramatical do LV e da língua portuguesa, com suas causas e conseqüências, é que trataremos a seguir.


Respondido por thaianelopes13
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letra D) Diminui o numero, passando, basicamente a 3 declinações

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