Geografia, perguntado por jujumochizuki, 6 meses atrás

O que aconteceu na Ilha de Páscoa? Quais ações antrópicas estavam envolvidos nesse processo?

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Respondido por aifosrangel
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Resposta:

Um novo estudo sugere que o despovoamento da Ilha de Páscoa, província do Chile, não aconteceu como algumas histórias contam. Acreditava-se que a região havia sido destruída pela própria sociedade que a habitava, por causa de lutas internas e exploração excessiva dos recursos naturais.

Contudo, a pesquisa indica que as pessoas faziam parte de uma uma civilização sofisticada, na qual elas colaboravam e compartilhavam informações entre si. Especialistas apontam que este nível de cooperação contradiz a narrativa popular de que os habitantes da ilha se destruíram por causa de uma guerra.

Publicado no Journal of Pacific Archaeology, o relatório mostrou uma análise da composição química das ferramentas – conhecidas como Toki – usadas para criar as grandes esculturas icônicas de pedra da ilha.  

Por um longo tempo, as pessoas se perguntaram sobre a cultura por trás dessas estátuas muito importantes", disse em comunicado Laure Dussubieux, um dos autores da pesquisa e profissional do Museu Field de História Natural, nos Estados Unidos. "Este estudo mostra como as pessoas estavam interagindo, e está ajudando a revisar a antiga teoria."

De acordo com Dale Simpson Jr., arqueólogo da Universidade de Queensland, nos EUA, a ideia de uma concorrência desenfreada e de um colapso na ilha de Páscoa pode ter sido exagerada. "Para mim, as esculturas em pedra são evidências sólidas de que havia cooperação entre famílias e grupos de artesanato."

História

​Acredita-se que as primeiras pessoas chegaram à Ilha de Páscoa, conhecida como Rapa Nui no idioma local, há 900 anos. Segundo uma tradição oral, essa população veio em duas canoas lideradas pelo primeiro chefe da ilha, Hotu Matu'a.

Com o tempo, uma sociedade complexa se formou. Esse povo antigo é mais conhecido por criar grandes cabeças de pedra (chamadas de Moais), que na verdade são figuras de corpo inteiro que foram enterradas gradualmente ao longo dos anos.

Há quase mil dessas esculturas espalhados pela ilha. A maior tem mais 21 metros de altura. Especula-se que elas representam importantes ancestrais de Rapa Nui, e os pesquisadores acreditam que elas indicam a existência de uma sociedade sofisticada.

"Ancestrais de Rapa Nui, como chefes, sacerdotes e pescadores criaram o Moai", falou Simpson. "Houve organização sócio-política necessária para esculpir. Foram quase mil estátuas!"

Método  

Para o estudo, os especialistas examinaram as ferramentas feitas de pedra de basalto vulcânico. Os resultados da análise química sugerem alta contribuição na produção das estátuas. "A maioria das Tokis veio de uma pedreira. E para todos usarem o mesmo tipo de pedra, acredito que houve uma colaboração", comentou Simpson. "É por isso que eles tiveram tanto sucesso: trabalharam juntos.

Contudo, para outra pesquisadora do estudo, os resultados devem ser vistos com cautela. "O uso quase exclusivo de uma pedreira para produzir ferramentas suporta uma visão da especialização de artesanato baseada na troca de informações, mas não podemos saber se a interação foi colaborativa", afirmou Jo Anne Van Tilburg, do Instituto de Arqueologia de Cotsen, na Universidade da Califórnia (UCLA), e diretora do Projeto da Estátua da Ilha de Páscoa.  

"Também pode ter sido coercivo de alguma forma. O comportamento humano é complexo. Este relatório encoraja o mapeamento do fornecimento de pedra, e nossas escavações continuam a lançar uma nova luz sobre os Moais", ela acrescentou.  

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