O que aconteceu com os líderes da Revolução Praieira após o governo Imperial acabar com a revolução?
Soluções para a tarefa
começo de 1848, os liberais perderam o controle do gabinete ministerial, sendo substituídos pelos conservadores. Isso fez com que os conservadores recuperassem o poder na província de Pernambuco e, então, deram início à sua vingança. Os praieiros que haviam sido nomeados para a Polícia Civil e a Guarda Nacional de 1845 em diante começaram a ser demitidos.
Os conservadores realizaram o mesmo que haviam sofrido: demissões de seus opositores, nomeações de aliados e o desarmamento dos praieiros. Entretanto, os praieiros começaram a resistir às ações dos conservadores. Marcus de Carvalho fala que cerca de 40 proprietários rurais ligados aos praieiros não aceitaram entregar os seus cargos e nem a devolver as suas armas|3|.
Os historiadores consideram que a Revolução Praieira se iniciou quando um dono de engenhos chamado Manoel Pereira de Moraes reagiu à tentativa de tropas dos conservadores de desarmá-lo. Os principais conflitos entre praieiros e conservadores espalharam-se por toda a província de Pernambuco e estenderam-se de novembro de 1848 a fevereiro de 1849, embora conflitos localizados tenham acontecido na província até 1850.
Um dos nomes mais importantes do Partido Praieiro foi Pedro Ivo, um arrendatário que esteve à frente de um grupo de populares que moravam no interior de Pernambuco. Ele liderava 1600 homens e atraiu forças do Exército para o interior e, logo em seguida, levou os seus homens para a capital, Recife.
Em Recife eles encontraram a cidade protegida por tropas da Guarda Nacional. Iniciou-se, então, uma batalha que durou 12 horas e resultou na morte de 200 dos homens que formavam a tropa de Pedro Ivo. Do lado da Guarda Nacional, houve cerca de 90 mortos|4|. Nessa batalha, um dos nomes mais expressivos dos praieiros morreu: o deputado Nunes Machado. Esse ataque aconteceu em 2 de fevereiro de 1849 e a derrota praieira enfraqueceu severamente o movimento.
Enquanto os combates ainda aconteciam no interior de Pernambuco, um nome expressivo na província aderiu à luta dos praieiros. Borges da Fonseca era um liberal radical que, durante os anos de governo dos praieiros, tinha sido perseguido e preso, mas com o início do conflito, viu nele uma possibilidade de realizar uma transformação na província.
Borges da Fonseca representou o lado nativista e com maior apelo popular da Revolução Praieira. Esse liberal escreveu um manifesto, que foi apoiado por muitos senhores de engenho defensores dos praieiros. Esse manifesto ficou conhecido como Manifesto ao Mundo e trazia algumas reivindicações que ecoavam ideias manifestadas pelas classes populares europeias e que eram muito influenciadas pelo socialismo utópico.
O Manifesto de Borges da Fonseca continha as seguintes exigências:
1. voto livre e universal;
2. liberdade de imprensa;
3. trabalho como garantia de vida dos brasileiros;
4. nacionalização do comércio a retalho;
5. independência dos poderes;
6. extinção do Poder Moderador;
7. implantação do federalismo;
8. reforma do Judiciário;
9. fim do recrutamento militar;
10. fim da lei de juro convencional.
Desfecho
Depois que Nunes Machado morreu, Borges da Fonseca seguiu na liderança do movimento. A luta seguiu no interior de Pernambuco (na região da Zona da Mata) por meio de uma guerrilha e só foi contida definitivamente em 1850. Grande parte dos senhores de engenho que se envolveram na luta recebeu anistia.
A Revolução Praieira foi a última rebelião de caráter liberal no Nordeste e marcou também a derrocada dos liberais. Com sua reputação manchada pelo envolvimento na luta em Pernambuco, esse partido só retomou o poder no Parlamento em 1864.