O que aconteceu com muitas colônias mesmo depois de sua independência?
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ntinente africano iniciado em finais dos anos 50 do século XX parou com a capitulação do Biafra (1967-70), tendo o processo de descolonização no Sul da África também ficado atrasado. Moçambique e Angola, duas colónias portuguesas, situadas respetivamente no Oceano Índico e no Oceano Atlântico, depois de um período de lutas de guerrilha tornaram-se independentes de Portugal (1975-1976).
O processo de independência destas ex-colónias ocorreu numa altura em que Portugal vivia na "ressaca" política de um golpe de Estado, que depôs o regime ditatorial e o substituiu por uma nova República, inicialmente de tipo socialista. A Revolução do 25 de abril possibilitou a descolonização, que se fazia com grande atraso relativamente a outras ex-colónias europeias. Este atraso devia-se às dificuldades e entraves do Estado Novo e do processo de democratização do país antes de 1974.
Neste processo foram libertadas todas as ex-colónias portuguesas, exceto Timor, e voltaram para Portugal, em circunstâncias dramáticas, cerca de um milhão de portugueses que se tinham fixado no ultramar.
Angola conseguiu a independência em 1975, antes de Moçambique (1976), e logo de seguida estes dois países instauraram um regime político pró-soviético, enquanto que em Portugal, o modelo socialista pós-revolução era progressivamente abandonado, dando lugar a um regime democrático.
As outras ex-colónias africanas, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, também enveredaram por este tipo de regime. Embora partissem do mesmo modelo, cada uma das novas nações adaptou-o consoante as suas experiências e as exigências conjunturais.
O processo de independência em Angola rebentou, logo após uma guerra civil entre as diversas fações independentistas. De um lado estava o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), o partido no poder, pró-soviético, e do outro a UPA (União dos Povos de Angola) e a UNITA (Movimento Nacional para a Independência Total de Angola), para além da FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola), estes três últimos mais próximos do Ocidente.
Apesar do esforços de paz internacionais, esta guerra ainda se mantém nos nossos dias. O MPLA, o partido do governo e a UNITA, o partido do "Galo Negro", prosseguem as hostilidades num país muito rico em matérias-primas, mas totalmente devastado por esta guerra fratricida que longe de cimentar a paz traz destruição, fome e mutilações. O flagelo da fome atinge diariamente esta população que, apesar de alguma ajuda humanitária, continua a morrer.
No caso moçambicano encontramos algumas similaridades. Logo após a independência os grupos armados que haviam lutado contra os portugueses, a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) e a RENAMO (Resistência Nacional Moçambique), entretanto transformados em partidos políticos, envolveram-se em confrontos que geraram uma guerra civil. Moçambique, também detentor de boas potencialidades, tornou-se mesmo no país mais pobre do Mundo. Nos últimos anos, contudo, as negociações entre os partidos rivais levaram ao fim da guerra e à consciencialização da necessidade de um trabalho conjunto que retire a nação da delicada situação em que ainda hoje se encontra.
Apesar das dificuldades e dos insucessos, a descolonização abriu caminho a uma cooperação com os novos países de expressão portuguesa.
O processo de independência destas ex-colónias ocorreu numa altura em que Portugal vivia na "ressaca" política de um golpe de Estado, que depôs o regime ditatorial e o substituiu por uma nova República, inicialmente de tipo socialista. A Revolução do 25 de abril possibilitou a descolonização, que se fazia com grande atraso relativamente a outras ex-colónias europeias. Este atraso devia-se às dificuldades e entraves do Estado Novo e do processo de democratização do país antes de 1974.
Neste processo foram libertadas todas as ex-colónias portuguesas, exceto Timor, e voltaram para Portugal, em circunstâncias dramáticas, cerca de um milhão de portugueses que se tinham fixado no ultramar.
Angola conseguiu a independência em 1975, antes de Moçambique (1976), e logo de seguida estes dois países instauraram um regime político pró-soviético, enquanto que em Portugal, o modelo socialista pós-revolução era progressivamente abandonado, dando lugar a um regime democrático.
As outras ex-colónias africanas, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, também enveredaram por este tipo de regime. Embora partissem do mesmo modelo, cada uma das novas nações adaptou-o consoante as suas experiências e as exigências conjunturais.
O processo de independência em Angola rebentou, logo após uma guerra civil entre as diversas fações independentistas. De um lado estava o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), o partido no poder, pró-soviético, e do outro a UPA (União dos Povos de Angola) e a UNITA (Movimento Nacional para a Independência Total de Angola), para além da FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola), estes três últimos mais próximos do Ocidente.
Apesar do esforços de paz internacionais, esta guerra ainda se mantém nos nossos dias. O MPLA, o partido do governo e a UNITA, o partido do "Galo Negro", prosseguem as hostilidades num país muito rico em matérias-primas, mas totalmente devastado por esta guerra fratricida que longe de cimentar a paz traz destruição, fome e mutilações. O flagelo da fome atinge diariamente esta população que, apesar de alguma ajuda humanitária, continua a morrer.
No caso moçambicano encontramos algumas similaridades. Logo após a independência os grupos armados que haviam lutado contra os portugueses, a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) e a RENAMO (Resistência Nacional Moçambique), entretanto transformados em partidos políticos, envolveram-se em confrontos que geraram uma guerra civil. Moçambique, também detentor de boas potencialidades, tornou-se mesmo no país mais pobre do Mundo. Nos últimos anos, contudo, as negociações entre os partidos rivais levaram ao fim da guerra e à consciencialização da necessidade de um trabalho conjunto que retire a nação da delicada situação em que ainda hoje se encontra.
Apesar das dificuldades e dos insucessos, a descolonização abriu caminho a uma cooperação com os novos países de expressão portuguesa.
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