História, perguntado por jshjssjjs, 1 ano atrás

o que acontece com os três poderes uma ditadura

Soluções para a tarefa

Respondido por lucascrivellari98
0

Resposta:

O Brasil está vivendo um momento que em nada pode ser classificado de democrático. Aos olhos mais atentos o regime dominante pode ser classificado como pluri ditatorial ou anárquico. Refiro-me as atuações nada republicanas que vem sendo adotadas pelos três Poderes. E o que pior, sem nenhum respeito institucional entre as partes. Ou mais ruim ainda, com total desprezo pela vontade popular, onde os cidadãos não são consultados para nada.

Como aceitar que um governo de ocasião, que ascendeu ao poder beneficiado por uma ação policialesca com aproveitamento político-partidário, desprovido de um mínimo apoio popular, e que em seis meses teve seis ministros afastados por suspeita de envolvimento com corrupção, possa imaginar ter respaldo para propor alterações profundas e injustas na vida do trabalhador, como é o caso da reforma previdenciária e trabalhista?

Da mesma forma, como dar crédito à um Congresso onde parcela expressiva dos seus integrantes são alvos de investigação criminal pela pratica de atos ilícitos? O mesmo pode ser dito da desqualificação para o exercício do mandato de vários parlamentares, demonstrada publicamente em suas manifestações no processo de impeachment da ex-presidente Dilma e na cassação do mandato de Eduardo Cunha.

Diante da depreciação da sua imagem, o recomendável é que o Congresso, sob o ponto de vista da moralidade, deixe os assuntos de suma importância, como as reformas política, previdenciária e trabalhista, para serem tratados pela legislatura advinda da eleição de 2018. Ou será que nem isso será permitido aos eleitores?

E que o poder Judiciário, como última instância da esperança cidadã, consiga encontrar-se em si mesmo, diagnosticando e corrigindo distorções, a maioria delas provocadas pela exacerbação de atitudes, muitas vezes movidas pela arrogância e pela intransigência. E que a vaidade e o apelo midiático sejam bem menos sedutores e menos relevantes na tomada de decisões.

Se ao país interessa ter instituições fortes e respeitadas, nenhuma nação que se proponha justa e ordeira pode prescindir da sintonia popular. Não podemos esquecer que a razão da existência dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, é servir de alicerce para o exercício da cidadania, e que atuar de maneira autoritária não é fazer uso da prerrogativa de independência, é abusar do direito constitucional de representar os interesses da sociedade.

Por fim, embora não seja considerada constitucionalmente como um Poder, mas vista popularmente como tal, faz-se necessária uma abordagem sobre a atuação da imprensa na cobertura dos acontecimentos envolvendo a atuação dos três Poderes. Ilude-se aqueles que pensam que tudo o que sai na mídia reflete a realidade dos fatos.

Assim como os governantes, os parlamentares e os representantes do Judiciário, também o enfoque editorial é afetado por interesses pessoais e corporativos. Pela simples e singela razão de serem produzidos por seres humanos. Portanto falíveis e influenciáveis.

Se o momento é de transformação, de busca do aprimoramento institucional, com foco na melhoria da qualidade de vida da população – início, meio e fim da atividade pública -, mister se faz que a sociedade, especialmente os mais necessitados da ajuda do Estado, sejam ouvidos e tenham seus direitos assegurados e respeitados.

Os brasileiros estão descontentes – e as grandes mobilizações populares confirmam – com o que estão assistindo e não aceitam mais a condição de espectador. O grito das ruas ou não foi entendido ou não foi considerado relevante pelas nossas “autoridades”. Particularmente aposto na segunda opção.

O fato é que essa dissintonia está colocando em risco a paz social. Ninguém aguenta mais essa desfaçatez de interesses. O povo cansou da fantasia de palhaço e resolveu administrar o picadeiro. Que os leões do Executivo sejam mais disciplinados; os trapezistas do Legislativo menos imprudentes; os contorcionistas do Judiciário menos flexíveis; e que os mágicos da imprensa sejam menos ilusionistas. Ou isso ou corremos o risco de ver o circo pegar fogo

Perguntas interessantes