Biologia, perguntado por daniellagolvea, 1 ano atrás

o que a teoria da abiogenese defendia e como ela foi rebatida ?

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Respondido por barrosluca97
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Segundo a Abiogênese, a vida poderia surgir de forma espontânea e contínua a partir da matéria bruta (sem vida). Essa teoria foi defendida desde a Antiguidade, por filósofos gregos, até meados do século XIX e foi produto de um conjunto de fatores desse longo período: desde conceitos religiosos e superstições até conhecimentos científicos precários e falta de recursos tecnológicos para observação e pesquisa. A geração espontânea de vida foi uma das teorias que mais representou o princípio da Abiogênese: segundo essa teoria, a matéria bruta deveria possuir um "princípio ativo" que, sob certas condições, poderia gerar vida (inclusive complexa). Vários exemplos "embasavam" a geração espontânea, sempre partindo de observações descuidadas de fatos cotidianos: larvas que surgiam dentro de frutas, peixes, répteis e anfíbios nasceriam do lodo do fundo das lagoas, houve até a descrição de uma "receita para produzir ratos" -usando roupas sujas, misturadas a grãos de trigo e amontoadas em lugares escuros e úmidos (o "princípio ativo" estaria no suor impregnado nas roupas) - do médico Van Helmont (século XVI).
A partir do século XVII, começou a surgir a ideia dos experimentos controlados e o médico Francesco Redi elaborou um experimento simples mas eficaz para comprovar que a carne dos cadáveres não "criava" larvas de moscas se ficasse em ambiente fechado onde esses insetos não pudessem entrar.
Apesar da comunidade científica abandonar a ideia de vida complexa surgindo espontaneamente, no início do século XVIII, John Needan ferveu caldo de carne em frascos por 30 min, depois fechou-os com rolhas de cortiça e, dias depois, observou o surgimento de fungos na superfície dos caldos; com isso, pensou confirmar a possibilidade da geração espontânea pois os caldos teriam um "princípio ativo resistente à fervura". Anos depois, Lázaro Spallanzani repetiu esse experimento aumentando o tempo de fervura e melhorando a vedação dos frascos; os caldos permaneceram inertes mas Needan se defendeu declarando que o tempo de fervura havia destruído o princípio vital deles.
Finalmente, no século XIX, Louis Pasteur fez experimentos semelhantes aos de Needan e Spallanzani utilizando frascos que tiveram o gargalo alongado em forma de "S" (frascos "pescoço-de-cisne", como ficaram conhecidos). Mesmo sem vedação, após vários dias, os caldos estavam inertes, sem quaisquer micro-organismos (era o próprio vapor de água depositado nas paredes dos gargalos que retinha as impurezas do ar). Para comprovar que não existia "princípio vital" a ser destruído pela fervura (e sim, contaminação por micro-organismos presentes no ar), Pasteur quebrou o gargalo de alguns frascos; dias depois, os caldos desses frascos continham colônias de fungos e bactérias. Era o fim da Abiogênese (pelo menos para a comunidade científica; infelizmente, por razões diversas, muitas pessoas ainda dão crédito à essa teoria).

Espero ter ajudado.
  
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