O que a concentração e a localização da população negra na cidade de São Paulo nos mostra? Dê exemplos
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Resposta:
Levantamento da Secretaria Municipal de Promoção e Igualdade Racial mostra que a população negra está concentrada na periferia de São Paulo. Os bairros do extremo das Zonas Sul e Leste de São Paulo lideram o ranking dos distritos com o maior número de afrodescendentes.
No bairro de Parelheiros, na Zona Sul da capital, o percentual de negros é de 57,1%, enquanto em regiões nobres como no distrito de Pinheiros é de apenas 7,3%. Isso representa 7,8 vezes mais que o percentual do bairro da Zona Oeste da capital.
As informações estarão disponíveis a partir desta quarta-feira (16) em um site da secretaria que traça o perfil da população negra em São Paulo. Os dados são do Censo Demográfico de 2010 de IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estática) de 2010 e indicam que a cidade de São Paulo tinha mais de 11,2 milhões de pessoas, sendo que cerca de 37% (4,1 milhões) se declararam negros (pretos ou pardos).
O bairro do M’Boi Mirim (Zona Sul) é o segundo com a maior concentração de negros na cidade com 56% da população. E o distrito de Vila Mariana é o segundo mais branco, com apenas 7,9% de afrodescendentes.
Os distritos de Cidade Tiradentes e Guaianases, na Zona Leste, aparecem na terceira e quarta posição do ranking, com 55,4% e 54,6% respectivamente. Na sequência aparecem Itaim paulista (54%) e Cidade Ademar (52,1%).
“São informações sobre os afrodescendentes na cidade, onde eles estão distribuídos, em quais regiões, qual a maior densidade, um diagnóstico sobre a presença do negro na cidade de São Paulo”, afirmou o secretário municipal de Promoção e Igualdade Racial, Maurício Pestana.
Nas periferias, a população negra fica longe da maioria das oportunidades de emprego.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego, um cidadão negro recebe em São Paulo uma renda média domiciliar 2,5 vezes menor do que de um cidadão branco.
Trabalho
Quando o assunto é emprego formal, os negros ocupam apenas 32,5% das vagas enquanto os brancos ficam com 66,3%. Se focarmos a posição da população negra negro nos cargos de chefia, a diferença é ainda mais discrepante, já que os afrodescendentes ocupam 3% dos cargos de liderança. E mesmo quando exercem as mesmas funções que os brancos e possuem o mesmo nível de escolaridade, os homens negros recebem 31,5% e as mulheres negras ganham 37,5% menos.
Renda
Quanto maior é a porcentagem de negros, menor é a renda média domiciliar da subprefeitura. Enquanto a subprefeitura de Pinheiros, a mais branca da cidade, possuía uma renda de R$ 17.045,25, na subprefeitura de Parelheiros, o bairro com maior concentração de negros, era de R$ 1.973,84.
Dentro de cada subprefeitura, onde há a mesma oferta de emprego e educação, também existe diferença entre as raças. Em Pinheiros, a renda média do branco é de R$ 17.737,14 e do negro R$ 9.228,74, ou seja, 1,9 vezes menor. Em Parelheiros, o negro ganha 1,2 vezes menos já que recebe uma média de R$ 1.780,76, e o branco, R$ 2.254,87.
A renda média domiciliar de acordo com a cor do responsável pelo lar aponta que a diferença entre negros e brancos é de 2,5 vezes. Nos domicílios chefiados por brancos, a renda média é de R$ 7.095 e entre os domicílios com responsáveis negros a renda é de R$ 2.867,61.
Explicação:
Trabalho
Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego de 2013, as subprefeituras da Sé (18,3%), Vila Mariana (13,6%) e Pinheiros (10%) concentram 42% dos empregos formais da cidade de São Paulo.
Como a população negra está mais concentrada nas periferias, eles ficam mais longe das oportunidades. A população negra tinha 32% dos empregos formais. Apenas 2% dos empregados recebiam mais de dez salários mínimos.
Com exceção da Sé, onde os afrodescendentes correspondem a 20% da população local, as demais subprefeituras apresentam percentuais de população negra inferiores a 10%.
Os negros exerciam ocupações relacionadas ao comércio e serviços (34,6%), serviços administrativos (24,8%) e indústria (23,5%).
Violência
Dados do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade no Município de São Paulo (PRO-AIM) indicam que no ano de 2013, 61,5% dos homicídios ocorridos entre pessoas do sexo masculino com faixa etária entre 15 e 29 anos eram de jovens negros, o que indica maior vulnerabilidade desta população.