Sociologia, perguntado por MonicaPatricia1234, 1 ano atrás

“O projeto de Hobbes no Leviatã era justificar a obediência por parte de súditos a um soberano absoluto, tendo como único ou predominante interesse a sua autopreservação. Em uma certa medida, esse projeto apoia-se em dois julgamentos táticos. Primeiramente, se a obediência a um soberano absoluto pode se justificar, então a obediência a quem detém poder também se justifica. Em segundo lugar, se os súditos que têm como único interesse a autopreservação podem ser persuadidos de que eles têm um dever de obediência, então os súditos com automotivações menores também terão de reconhecer esse direito. Então, Hobbes necessita mostrar duas coisas: primeiro, que a obediência era um dever para as pessoas interessadas na autopreservação e, segundo, que o principal interesse de todos é a autopreservação. Grande parte do Leviatã se ocupa do primeiro projeto. O segundo, que é realmente um problema mais retórico do que dedutivo, não foi enfrentado diretamente. Em todo caso, parece claro que Hobbes pensava que embora as pessoas pudessem não ter clareza sobre quais eram os seus reais interesses — muitos estavam arriscando as suas vidas em conflitos religiosos —, elas realmente tinham interesses ou preferências fixados a priori, e se pudessem descobri-los iriam agir a partir deles de maneira racional.

Estabelecendo sua famosa solução, Hobbes afirmou que a obediência a um soberano era um dever, já que a alternativa — a vida em um estado de natureza — era horrível. Hobbes afirmou que a vida em um estado de natureza é um estado de guerra de todos contra todos e seria ‘solitária, pobre, má, embrutecida e curta’.

(...) Por medo da perda de sua vida e de suas possessões, os agente hobbesianos não investiriam na criação de riqueza ou cultura, mas viveriam uma vida de permanente estado de pobreza espiritual e material.

(...) Hobbes afirma que essa descrição é dedutível da sua descrição do estado de natureza e da sua caracterização da psicologia humana. Crucial para o seu argumento é a afirmação de que os agentes, agindo racionalmente, não formariam grupos de defesa mútua que os permitissem criar e manter com segurança a riqueza criada no estado de natureza” (FEREJOHN, John & PASQUINO, Pasquale. “A teoria da escolha racional na ciência política: conceitos de racionalidade em teoria política”. Revista Brasileira de Ciências Sociais. Vol. 16, no. 45, 2001).



Leia atentamente as assertivas a seguir:



I. Hobbes não apresenta o motivo pelo qual os súditos deveriam obedecer ao soberano.

II. Segundo Hobbes, é em decorrência de sua vontade de autopreservação que os súditos obedeceriam a um soberano absoluto.

III. Para o filósofo, o estado de natureza seria um estado de guerra de todos contra todos.

IV. Para Hobbes, o estado de natureza seria um estado idílico, onde os homens conseguiriam conviver sem a necessidade do Estado.



De acordo com o texto, estão corretas as assertivas:


Escolha uma:
a. I e III
b. II e IV
c. I e II
d. II e III

Soluções para a tarefa

Respondido por ioneeanesio09
2
a resposta correta é a Letra d)- II e III
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