O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
— porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira
GULLAR, Ferreira. In: BOSI, Alfredo (Org.). Melhores poemas de Ferreira Gullar. 6. ed. São Paulo: Global, 2000. p. 56-57.
03. Segundo o eu lírico, “não há vagas” no poema para
a) os discursos de protestos políticos.
b) os seres que não pertencem à realidade.
c) as pessoas que criticam a realidade.
d) “o homem sem estômago e amulher de nuvens”.
e) os fatos da vida social: a miséria, a carestia, a vida sofrida das pessoas humildes.
Soluções para a tarefa
Respondido por
2
Resposta:
c oj1abuqbzubquah1ibal
Perguntas interessantes
Matemática,
9 meses atrás
Português,
9 meses atrás
Geografia,
9 meses atrás
Inglês,
11 meses atrás
História,
1 ano atrás
Contabilidade,
1 ano atrás
Português,
1 ano atrás