O poema abaixo vem impresso na orelha do livro Psia, de Arnaldo AntunesPsia é feminino de psiu; que serve para chamar a atenção de alguém, ou para pedir silêncio. Eu berro as palavras no microfone da mesma maneira com que as desenho, com cuidado, na página. Para transformá-las em coisas, em vez de substituírem as coisas. Calos na língua; de calar. Alguma coisa entre a piscina e a pia. Um hiato a menos. Na orelha do livro, Antunes apresenta ao leitor seu processo de criação poética. É correto dizer que o autor se propõe a a) revelar a primazia da comunicação oral sobre a escrita das palavras. b) discutir a flexão de gênero, que torna a palavra "psia" um substantivo. c) defender a conversão das palavras em coisas, mudando seu estatuto. d) explorar o poder de representação da interjeição exclamativa "psiu!".
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A resposta é:
c) defender a conversão das palavras em coisas, mudando seu estatuto.
No poema exibido no enunciado, é possível observar que o autor se propõe a explorar o processo de formação de palavras.
Observe que ele recorrer a alterações de cunho morfológico e semântico, como por exemplo corre nos trechos: “Psia” / “Psiu”; “calos” / “calar”; “piscina” / “pia”.
Também fica clara a intenção do autor quando faz associações por semelhança sonora, de forma a enfatizar o seu uso em novos contextos.
''Psia'', é o segundo livro de Arnaldo Antunes, o qual ele explica da seguinte forma: 'eu berro palavras no microfone da mesma maneira com que as desenho...'
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