Português, perguntado por kamilaoliveirafirmo0, 8 meses atrás

O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou
otá-lo. Tinha o coração grosso, queria
responsabilizar alguém pela sua desgraça. A
seca aparecia-lhe como um fato necessário - e
obstinação da criança irritava-o. Certamente
esse obstáculo miúdo não era culpado, mas
dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava
chegar, não sabia onde.
Tinham deixado os caminhos, cheios de
espinho e seixos, fazia horas que pisavam a
margem do rio, a lama seca e rachada que
escaldava os pés.
Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a
ideia de abandonar o filho naquele descampado.
Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba
ruiva e suja, irresoluto, examinou os arredores,
Sinha Vitória estirou o beiço indicando vagamente
uma direção e afirmou com alguns sons guturais
que estavam perto. Fabiano meteu a faca na
bainha, guardou-a no cinturão, acocorou-se,
pegou no pulso do menino, que se encolhia,
os joelhos encostados no estômago, frio como
um defunto. Ai a cólera desapareceu e Fabiano
teve pena. Impossível abandonar o anjinho
aos bichos do mato. Entregou a espingarda a
Sinha Vitória, pós o filho no cangote, levantou-
se, agarrou os bracinhos que lhe caíam sobre o
peito, moles, finos como cambitos. Sinha Vitória
aprovou esse arranjo, lançou de novo a interjeição
gutural, designou os juazeiros invisíveis. [...]
to Pecord 2019​

Soluções para a tarefa

Respondido por zeleandro684
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Resposta:

Letra D

Explicação:

li varias vezes e essa alternativa é a que faz mais sentido.

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