História, perguntado por peridothomeworld03, 7 meses atrás

O período Regencial não dura muito. Quando e como D. Pedro de Alcântara (II) assume o governo brasileiro?​

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Respondido por jhenny4264
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Resposta:

DOM PEDRO II

Dom Pedro II reinou no Brasil de 1831 a 1889. Seu extenso reinado foi marcado pela consolidação política do império, integração nacional e conflitos, como a Guerra do Paraguai.

Dom Pedro de Alcântara, que depois ficaria conhecido como o imperador Dom Pedro II, foi o segundo monarca a reinar sobre o Brasil, sucedendo seu pai, Dom Pedro I, filho de Dom João VI, de Portugal. Pedro II, ao contrário do pai, nasceu no Brasil, especificamente na cidade do Rio de Janeiro, em dezembro de 1825. Além da ascendência lusitana e do pertencimento à casa de Bragança, Pedro II também tinha, por parte de mãe, ascendência austríaca. Sua mãe era D. Leopoldina da Áustria, pertencente à casa aristocrática de Habsburgo.

D. Leopoldina, arquiduquesa da Áustria e rainha consorte do Brasil, faleceu em 1826, quando Pedro tinha apenas um ano de idade. A educação do futuro monarca foi delegada a um grupo de preceptores, entre eles, José Bonifácio de Andrada e Silva, importante figura do período imperial brasileiro, considerado um dos “arquitetos” do Segundo Reinado. Pedro II teve, dessa forma, uma boa formação, o que fez com que tivesse inclinações ao gosto pela alta cultura e interesse por ciência e tecnologia. A fotografia (tecnologia nascida no século XIX), por exemplo, tornou-se uma de suas paixões e foi por ele usada também com a finalidade de difundir a sua imagem.

Pedro II viu-se na contingência de ter que suceder seu pai quando ainda era uma criança de cinco anos. D. Pedro I abdicou do trono em favor de seu filho no ano de 1831, quando optou por voltar a Portugal e disputar o trono lusitano com seu irmão, Dom Manuel. Por ser ainda criança, Pedro II foi tutelado por regentes que governaram o Brasil ao longo de toda a década de 1830. Esse Período Regencial foi um dos mais conturbados da história brasileira, pois ocorreu uma série de revoltas regionais que tiveram que ser sufocadas.

A efetiva sagração de Dom Pedro II como imperador veio em 23 de julho de 1840 por meio de uma declaração da Assembleia Geral que dizia ser o jovem imperador já apto a assumir suas obrigações. Pedro II tinha apenas 14 anos de idade na ocasião, mas, mesmo assim, assumiu o trono do Império do Brasil, pondo fim ao período da Regência. Esse processo ficou conhecido como “Golpe da Maioridade”.

Em seu longo reinado (1840 a 1889), Pedro II buscou valer-se dos dispositivos políticos engendrados por seu pai, como o Poder Moderador e os outros recursos previstos na Constituição de 1824. O exercício do poder conduziu Pedro II a um jogo de articulações políticas com conservadores e liberais, bem como com a elite agrária e escravocrata, condutora da Economia Cafeeira e que mantinha as finanças do Império. Todo o processo gradual de acabar com a mão de obra escrava, por exemplo, teve que ser gestado com amplas negociações.

Do ponto de vista militar, o que marcou o Segundo Reinado foi, sem dúvida, a Guerra do Paraguai (1864-1870). Fui durante essa guerra, travada contra as forças de Solano Lopez, que o exército brasileiro solidificou-se como instituição, tendo à sua frente oficiais que entrariam para a história, como o Duque de Caxias e o general Osório. Coube também à instituição do exército a manutenção da unidade territorial do Brasil, o que implicou o sufocamento de revoltas regionais.

A queda do Império ocorreu um ano após a Abolição da Escravatura (1888), em 1889, quando houve o processo de instituição da República por parte de uma Junta Militar comandada por Deodoro da Fonseca. A proclamação da República atendia aos anseios não apenas dos políticos de tendência republicana, mas sobretudo dos proprietários de terras que se sentiram prejudicados pelo fim da utilização do trabalho escravo nas lavouras. Muitos fatores de ordem pessoal também contribuíram para tal ruína. Alguns deles são destacados pelo historiador Boris Fausto:

“[…] A doença do Imperador, atacado de diabetes, tirou do centro das disputas um importante elemento estabilizador. Com seu prestígio pessoal e o derivado do trono, Pedro II servia de amortecedor das queixas militares. Sua ausência colocou oficiais do Exército em confronto direto com a elite imperial, a quem eles faziam muitas restrições. A elite, por sua vez, não abriu mão de sua crença no predomínio da autoridade civil, revelada entre tantos exemplos na nomeação de civis para o Ministério da Guerra, em momentos em que a prudência não recomendava esse procedimento. Outro problema consistia na falta de uma perspectiva animadora para um terceiro Reinado. Por morte de dom Pedro, subiria ao trono a princesa Isabel, cujo marido – conde d'Eu – era francês e, no mínimo, uma personalidade muito discutível.” [1]

O imperador e sua família tiveram que sair do país, já que o clima dos primeiros anos da República era de matiz autoritário, com militares no poder. Dom Pedro II exilou-se em Paris, onde faleceu em 05 de dezembro de 1891. Na ocasião de sua morte, recebeu um funeral com honrarias de chefe de Estado.

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