Artes, perguntado por tobienamigo, 5 meses atrás

o Parque Nacional cerra da capivara é um patrimônio material ou imaterial

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Respondido por ipcrochafilho
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Resposta:

Parque Nacional Serra da Capivara: Pesquisa Documental do Patrimônio Imaterial

O Parque Nacional Serra da Capivara está localizado no sudeste do Estado do Piauí. Criado em 1979, ocupa área de 129.140 hectares dos municípios de São Raimundo Nonato, São João do Piauí, Coronel José Dias e Canto do Buriti. O parque possui a maior concentração de sítios arqueológicos do continente americano. Estudos científicos comprovam que a área foi densamente povoada em eras pré-históricas e apresenta artefatos com registro de presença humana há mais de 50.000 anos. Com a elaboração do Plano de Manejo do Parque, estabeleceu-se uma política de proteção que inclui a integração da população circunvizinha às ações de preservação.

O projeto de desenvolvimento econômico e social visa educar e preparar as comunidades para que participem do mercado de trabalho, notadamente nas áreas de infraestrutura, manejo e turismo ecológico. Atualmente, a juventude acredita que uma vida melhor passa pela modificação dos valores regionais, o que os leva a se desinteressarem da cultura tradicional de suas comunidades. Diversos motivos podem ser elencados mas, notadamente, aqueles ligados à imposição de padrões econômicos e culturais pelos meios de comunicação. O projeto de patrimônio imaterial visou mudar essa relação dando visibilidade aos aspectos culturais da região, buscando informações em acervos de instituições e conversando com os moradores dos municípios ao redor do Parque Nacional Serra da Capivara.

Durante o projeto foram realizadas entrevistas com 61 pessoas de 19 localidades. O levantamento de referências culturais focou especialmente expressões ligadas a saberes, costumes, crenças e tradições dos povos indígenas que originalmente habitavam aquela região, e de afrodescendentes e demais imigrantes que ali chegaram a partir do século XIX. Um destaque foi a pesquisa realizada nos cartórios e na diocese de São Raimundo Nonato em busca de conhecimentos sobre a população e sua relação com as culturas indígenas, africanas e do colonizador europeu. Ao final, todas essas informações foram registradas em um banco de dados, o que viabiliza a democratização do acesso aos conhecimentos e promove o uso sustentável do patrimônio para as gerações futuras.

O projeto teve coordenação da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham) que orientou e sistematizou a pesquisa. Os dados levantados foram obtidos por 32 pessoas, entre elas jovens que participam de projetos sociais ligados à Fumdham e ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, além de professores de escolas municipais e estaduais. O ponto de partida para o desenvolvimento do trabalho foi a valorização da cultura indígena. O reconhecimento da presença deste componente em manifestações culturais - presentes no cotidiano das pessoas que moram em áreas adjacentes ao parque - representa um estímulo à construção da percepção de que os sítios arqueológicos, enquanto vestígios da cultura indígena remetem à história e à cultura de todos os habitantes locais, e que, portanto, constituem seu patrimônio cultural.

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