O PADEIRO Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando: - Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez como tivera a ideia de gritar aquilo? Então você não é ninguém? Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: "não é ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém... Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, Crônicas. Editora do autor, Rio de Janeiro, 1960 Responda às questões no caderno após leitura do texto 1. Que fato inspirou o narrador a escrever esta crônica? 2. O narrador está tomando café com pão. Que expressão indica que o pão não foi feito naquele dia? 3. De quem o narrador-personagem se lembra? 4. De que fato o acontecimento desse dia fez o narrador-personagem se lembrar? 5. O padeiro, ao gritar "não é ninguém, é o padeiro!", tranquilizava os moradores. Que queria dizer com tal expressão? 6. O narrador, curioso, perguntou ao padeiro: "Então você não é ninguém?" e ele não ficou ofendido. Que expressão do texto revela isso? 7. O padeiro não se sentia ofendido com a resposta da pessoa que o atendia. Que frase revela que o padeiro não se ofendia com o tratamento que lhe dispensavam?
Soluções para a tarefa
1. Que fato inspirou o narrador a escrever esta crônica?
2. O narrador está tomando café com pão. Que expressão indica que o pão não foi feito naquele dia?
"Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim."
3. De quem o narrador-personagem se lembra?
De um homem que conheceu antigamente, que deixava o pão na porta do apartamento.
4. De que fato o acontecimento desse dia fez o narrador-personagem se lembrar?
5. O padeiro, ao gritar "não é ninguém, é o padeiro!", tranquilizava os moradores. Que queria dizer com tal expressão?
Queria dizer que não era nenhuma visita, era apenas o pão que estava sendo entregue.
6. O narrador, curioso, perguntou ao padeiro: "Então você não é ninguém?" e ele não ficou ofendido. Que expressão do texto revela isso?
"Ele abriu um sorriso largo”.
7. O padeiro não se sentia ofendido com a resposta da pessoa que o atendia. Que frase revela que o padeiro não se ofendia com o tratamento que lhe dispensavam?
“Ele me contou isso sem mágoa nenhuma e se despediu ainda sorrindo.”