O nada que é
Um canavial tem a extensão
ante a qual todo metro é vão.
Tem o escancarado do mar
que existe para desafiar
que números e seus afins
possam prendê-lo nos seus sins.
Ante um canavial a medida
métrica é de todo esquecida,
porque embora todo povoado
povoa-o o pleno anonimato
que dá esse efeito singular:
de um nada prenhe como o mar.
NETO, João Cabral de Melo. O nada que é.
Museu de tudo e depois, Nova Fronteira, 1988.
Ao comparar o canavial ao mar, a imagem construída pelo eu lírico formaliza-se em
a) uma assimetria entre a ideia de nada e a de anonimato.
b) uma descontinuidade entre a ideia de mar e a de canavial.
c) uma contradição entre a ideia de extensão e a de canavial.
d) um paradoxo entre a ideia de nada e a de imensidão.
e) um eufemismo entre a ideia de metro e a de medida.
Soluções para a tarefa
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Resposta:
e) um eufemismo entre a ideia de metro e a medida
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