O mundo inteiro reconhece e aceita: a educação é o caminho mais eficiente e rápido para alcançar o desenvolvimento. Países asiáticos, como Japão e Coréia, aprenderam essa lição há muito tempo e foram aprovados com distinção. O Brasil, entretanto, continua em recuperação. Entre nós, as tentativas oficiais de eliminar o analfabetismo começaram em 1947, todas com nomes sonoros e pretensões arrojadas. Uma a uma, porém, foram sendo substituídas por outras igualmente ambiciosas e frustradas. O movimento mais recente, lançado em 2003, chama-se Brasil Alfabetizado, e representa um novo esforço de ensinar a ler e escrever um contingente de brasileiros que ultrapassa a população de Portugal.
Apesar do otimismo oficial, no entanto, o Brasil Alfabetizado, para setores críticos da sociedade, é apenas mais um nome na ampla tradição brasileira de procurar atacar a questão do analfabetismo com mirabolantes megaprojetos de alfabetização em massa. Desde 1947, quando o Brasil saía do longo período da ditadura getulista, até hoje, em que se consolidam as instituições democráticas, esse é o oitavo programa de combate ao analfabetismo conduzido pelo governo federal. De todos, talvez o de maior notoriedade, até pelo longo período em que vigorou, de 1967 a 1985, foi o Movimento Brasileiro de Alfabetização, o Mobral, que, no auge do regime militar, chegou a alardear a eliminação do analfabetismo no país. Na época, apenas para efeitos estatísticos, era considerado alfabetizado o cidadão que conseguisse escrever o nome de próprio punho.
Uma recente pesquisa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, chegou à constrangedora conclusão de que cerca de um terço dos analfabetos brasileiros, em algum momento de sua vida, já freqüentou um banco de escola. Ou seja, hoje, ir à escola não garante sequer as informações básicas que permitam a leitura de uma frase ou a realização de simples operações aritméticas, como somar ou subtrair.
O levantamento feito pelos técnicos do Inep mostra que desses 35% de analfabetos que foram à escola, 82% freqüentaram o ensino fundamental e 13% participaram de cursos de alfabetização de adultos. Os restantes 5% dividem-se entre passagem pela pré-escola e por creches. Confrontada com os números, a Seea (Secretaria Extraordinária Nacional de Erradicação do Analfabetismo) confirma haver indicadores que apontam a existência, sob muitos aspectos contraditória, de um grupo significativo de analfabetos com experiência escolar. Segundo a secretaria, a maior causa dessa situação é o abandono escolar (devido à necessidade de a criança, adolescente ou adulto buscar colocação no mercado de trabalho para sustento próprio ou da família).
(RIBAS, Oswaldo. Revista Problemas Brasileiros. mar./abr. 2004.)
06 - Segundo o texto, os programas de erradicação do analfabetismo implantados no Brasil desde 1947 têm como características comuns:
a) o otimismo e a inexperiência
b) a descentralização e a atenção prioritária aos adultos
c) o ensino da leitura e da matemática
*d) a amplitude e a ineficiência
e) a descontinuidade e a evasão escolar
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