O mundo está em choque: Marta, uma mulher, usou um batom
Ontem ocorreu um fuzuê dos grandes pelo fato de a craque Marta, maior goleadora da história
das Copas, ter usado um forte batom roxo na partida contra a Itália. Sim, um batom: um cosmético
comumente usado por mulheres para colorir os lábios. Mas por que essa estranheza? A surpresa
pública pode ser explicada por inúmeros motivos, mas não há como fugir do viés de “masculinização”
do esporte feminino.
Mais interessante do que notar que o padrão de condutas do lado masculino do esporte é
adotado sem oposições, chama atenção a curiosa conveniência na escolha do que é imposto. Nem tudo o que ocorre com o futebol masculino é transferido ao feminino. As vantagens monetárias e
privilégios de escolhas, certamente, não são.
Até aqui, tema batido e bem explorado pelas sensatas pessoas que acompanham a
discrepância de tratamento entre as modalidades esportivas.
A partir daí podemos ter uma breve noção do quão espantoso é uma mulher usar um batom —
pasmem! — em uma partida de futebol. Não estamos acostumados a isso.
Ali, no campo, estão mulheres que correm não apenas em busca da bola e do gol, mas
também de visibilidade, atenção e respaldo. Elas querem o calor da torcida e a sonora vibração
coletiva em um tamanho que possa se traduzir em valorização do esporte que praticam. É um jogo
também de sobrevivência.
Lembram-se dos Cavaleiros do Zodíaco? Todas as amazonas que lutavam pela deusa Atena
eram obrigadas a usar máscaras. O motivo é muito simples: ao lutar, as mulheres deveriam abrir mão
de sua feminilidade para guerrear em pé de igualdade com os homens, passando pelo mesmo
treinamento árduo que eles e desprezando seus trejeitos, com o objetivo de se fortalecer, de igualar-
se aos guerreiros. Afinal, o forte era o homem, o cavaleiro. Isso não é à toa.
Ao jogar por sua nação, as mulheres da Seleção Brasileira, bem como as de todas as outras,
parecem estar sob as mesmas expectativas que as de Atenas. E um simples detalhe, como um
batom, já se mostra suficiente para o coletivo e espantoso vendaval de matérias sobre algo tão banal
na vida de uma mulher, independentemente do marketing envolvido. [...] Quem sabe essa iniciativa
possa demonstrar que não é algo tão utópico o futebol ser também um esporte de garotas. Assim,
paulatinamente, as máscaras atenienses do esporte podem ir caindo, com ou sem enxame em volta.
07. Pode-se inferir que o artigo trata
A) do futebol feminino.
B) do empoderamento feminino.
C) da masculinização do esporte.
D) da discrepância entre as modalidades esportivas.
E) da feminilidade da Marta ao usar batom em um jogo de futebol.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Opção C)
Explicação:
No texto a uma breve referência ao Cavaleiros do Zodíaco, onde as mulheres abriam mão de sua feminilidade para guerrear em pé de igualdade com os homens.
Muitas pessoas acreditam que pelo futebol ter mais fama pelos homens o esporte tem que ser considerado algo totalmente masculino, assim, esse texto fala sobre a masculinização do esporte, então, a letra C está correta.
Podemos afirmar então, que isso ocorre pelo fato de que as pessoas muitas vezes acreditam que jogadores de futebol precisam ser homens, precisam ter cabelo curto e serem totalmente másculos.
Mas isso não deve ser visto como uma regra, a atitude de Marta de usar um batom demonstra isso.
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