O morcego
Meia-noite. Ao meu quarto me recolho. Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede, Morde-me a goela igneo e escaldante molho.
"Vou mandar levantar outra parede.." - Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego tocá-lo. Minh'alma se concentra. A
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego! Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
a) O poema mostra uma visão pessimista da vida e do ser humano?
B) Comente. Quanto aos desastres naturais e os provocados contra o meio ambiente, você considera que a Consciência Humana", atualmente, vem em segundo plano? E a mesma daquela trabalhada por Augusto dos Anjos, em seu poema do século XIX? Comente.
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Resposta:
A) R:Sim, porque no poema ele faz uma comparação a consciência do ser humano com a um morcego, algo que é sim(na minha opinião) uma visão pessimista.
B) R: Sim. A consciência humana está sendo colocada cada vez mais em segundo plano, pelo menos de forma aparente, diante da constante ocorrência de desastres naturais ao redor do mundo, para onde os chefes de estado pouco voltam suas atenções.
Augusto dos Anjos, diante de sua elevada participação na produção literária parnasiana pode sim ser apresentado como semelhante aos questionamentos da natureza na atualidade.
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