O MERCADO BRASILEIRO DEPENDIA SÓ DAS EXPORTAÇÕES? COMENTE?
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Resposta:
As exportações brasileiras ultrapassaram os 8 bilhões de dólares. As trocas comerciais entre as duas partes renderam ao nosso país um superávit de 4,251 bilhões de dólares. As exportações são em sua grande maioria de: carne de frango, carne bovina, açúcar e milho em grãos.
Explicação:
Resposta:
As relações econômicas externas do Brasil e a indústria de alimentos
Gabriel Ferrato dos Santos
Professor do Departamento de planejamento e análise econômica aplicados à administração da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas
1. INTRODUÇÃO
As relações econômicas com o exterior constituem um aspecto importante da gestão tecnológica das empresas. Não somente porque qualquer decisão empresarial envolve considerações relativas ao mercado de produtos (daí a importância das exportações) e ao mercado de fatores (e, em decorrência a importância da importação de tecnologia sob qualquer forma), como também a política econômica referente ao comércio exterior representa uma orientação para o processo decisório das empresas, em especial na atual fase de evolução do capitalismo - o capitalismo monopolista - em que se acentua o papel do Estado na intervenção e orientação do processo de acumulação do capital.
Esse quadro referencial mais amplo ofereceu os elementos que nos puderam orientar no desenvolvimento deste trabalho, cujo objetivo foi:
- fornecer subsídios para a seleção dos sub-ramos da indústria de alimentos a serem pesquisados;
- verificar a importância das variáveis do intercâmbio externo para o comportamento dessa indústria. A partir daí, sugerir hipóteses relativas a decisão tecnológica no interior das unidades produtoras.
Nesse sentido, o artigo foi dividido em duas partes: a primeira, de caráter mais geral, examina, a partir de considerações relativas à estratégia de crescimento econômico recente da economia brasileira,1 as políticas de comércio exterior e a evolução das principais variáveis do intercâmbio externo, resultantes dessa orientação; a segunda, de caráter mais específico, procura examinar aspectos relativos às relações econômicas externas da indústria de aumentos no contexto da evolução geral do intercâmbio externo do País, exposta na primeira parte.
Em resumo, o trabalho procura mostrar as modificações quantitativas e qualitativas nas relações econômicas externas do Brasil e da indústria de alimentos que possam ter induzido ou implicado novas demandas tecnológicas e/ou ampliação das demandas já existentes.
Antes de iniciarmos a exposição, alguns esclarecimentos se fazem necessários. Em primeiro lugar, nosso artigo é essencialmente descritivo com algumas considerações de ordem teórica implícitas. Em segundo, trabalhamos com dados basicamente secundários a partir de relatórios publicados pelo Ipea. Ficamos condicionados, portanto, a dados referentes aos anos ou períodos considerados nessas pesquisas (particularmente de 1967 a 1972), embora tal fato não prejudique nossas conclusões, na medida em que abrangem o período importante do chamado milagre brasileiro, no qual as variáveis do intercâmbio externo são de importância estratégica. Finalmente, como existem poucos trabalhos publicados sobre o problema em referência e para a indústria de alimentos em particular, não adotamos nenhum texto como referência.
2. HIPÓTESE CENTRAL E CONTRIBUIÇÃO DO TRABALHO
Num trabalho mais amplo sobre o comércio exterior, seria fundamental que examinássemos sua repercussão sobre a estrutura produtiva do País, o grau de concentração industrial, o tamanho das plantas e as escalas de produção econômicas. No entanto, nos limites restritos das preocupações concernentes às decisões microeconômicas relativas a tecnologia, embora tais questões possam ser encontradas, explícita ou implicitamente, este artigo não se orientou nesse sentido. Assim sendo, sua hipótese central é de que as variáveis econômicas do intercâmbio externo poderiam explicar parcialmente as decisões sobre inovação tecnológica na economia brasileira e, em especial, no ramo de alimentos. Particularmente, ao examinarmos a política de comércio exterior no contexto da estratégia brasileira recente de crescimento econômico, pareceu-nos que tal hipótese seria relevante. Realmente, como afirma Simonsen:2 "desde 1964 firmou-se a convicção de que o Brasil precisava extroverter o seu modelo de desenvolvimento, dando especial atenção ao problema das exportações. Duas razões fundamentavam essa preocupação. Primeiro, a crença de que dificilmente o País poderia continuar reduzindo o seu coeficiente de importações. Segundo, porque o crescimento das vendas ao exterior era condição imprescindível para que o País pudesse continuar absorvendo capitais estrangeiros". Ou seja, estava implícito na nova estratégia de crescimento econômico o aumento da dependência de importações, em particular de insumos básicos e bens de capital, e, ao mesmo tempo, o