O matuto
I
Pasmado é uma velha povoação, outr’ora aldeia de índios, duas léguas ao norte de Iguarassú, na estrada de Goiana. É célebre por seus ferreiros, ou mais especialmente pelas facas de ponta que estes fabricam, as quais passam pelas melhores de Pernambuco onde têm estendida e tradicional nomeada. Não há terra que se não distinga por usança, defeito, qualidade ou particularidade local, que vem a ser o seu como traço característico, a sua feição dominante. Quem passa por Tigipió, na estrada de Jaboatão, encontra a cada canto tocadores de viola que vêm alegres, e pé no mato pé no caminho. [...]
Passando-se por Goiana ouve-se daqui uma trompa, dali um baixo, adiante um pistom, além um trombone, uma clarineta, uma flauta, um assobio, uma harmonia ou uma melodia qualquer, e não se vê sala nem corredor que não tenha nas paredes uma, duas ou três ordens de gaiolas com passarinhos cantadores e chilreadores. Há ai o instinto musico da Bohemia. [...]
TÁVORA, Franklin. O Matuto: crônica pernambucana. Rio de Janeiro: Garnier, 1902. Fragmento. Mantida a ortografia original do texto.
A linguagem utilizada no trecho “... outr’ora aldeia de índios,...” (1º parágrafo) é
[ ] arcaica.
[ ] cient[ífica.
[ ] coloquial.
[ ] regional.
[ ] técnica.
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