O maior problema do suicídio é que ainda trata-se de um tabu neste trecho, a palavra Tabu significa:
a) Criticas
b) Censuras
c) Infortúnios
d) Transtornos
e) Descrição
Soluções para a tarefa
Explicação:
que ele tentasse se matar, mas não tinha coragem de tocar no assunto com ele nem com ninguém. “Quando ele desapareceu a primeira vez (por quatro dias), fiquei muito aflita, me sentia impotente, tinha vergonha de falar com as pessoas e elas me julgarem, era um assunto pesado. Você acha que é capaz de fazer a pessoa voltar a si com o amor”. Há quatro anos, o namorado dela pulou de uma ponte em uma estrada perto de Belo Horizonte.
Vergonha, medo, preconceito tabus, mitos... Tudo isso faz com que os pensamentos suicidas fiquem presos em uma escuridão que torna impossível de enxergá-los e, assim, evitá-los. No caminho para dar luz a essa realidade, que mata uma pessoa a cada 40 segundos no mundo, se convencionou a data de 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. E, durante este mês, chamado Setembro Amarelo, o assunto será discutido por associações, especialistas e órgãos envolvidos na campanha. “Esconder não resolve, porque você vai sempre carregar essa tonelada de sofrimento; se você repartir esse peso, fica mais leve”, afirma Rute*, 61, cujo marido se suicidou.
Nas reportagens a seguir, O TEMPO mostra histórias como a de Rute, estatísticas, causas, formas de tratamento, de ajuda e de prevenção. Para a produção desse material, ouvimos mais de dez pessoas que perderam companheiros, pais e amigos e pessoas que tentaram se matar, além de psiquiatras e psicólogos que estudam o tema. Visitamos locais que lidam diariamente com o suicídio: o Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, que atende cerca de cinco casos por dia, o Centro de Referência em Saúde Mental (Cersam) da Pampulha e o Centro de Valorização da Vida (CVV), que presta apoio emocional às pessoas, prevenindo o suicídio pelo telefone 141 e por outros meios. Contudo, uma certeza: trata-se de uma morte evitável, mas a prevenção só virá quando pudermos falar mais, sem restrição, sobre ela.
“O CVV é um dos poucos respiros na sociedade que aborda o suicídio sem preconceito, sem tabu. Reconhecer o direito à morte voluntária também é uma situação polêmica. O suicídio tem uma marca antiga e é associado com loucura, com crime”, afirma a psicóloga Fernanda Marquetti, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que atua na rede de saúde mental. “São pessoas comuns que se matam”, continua Fernanda, “não são monstros”. “Envolve sexualidade, gênero, trabalho, falta de expectativa entre a população idosa. Se você tem uma rede de sociabilidade, consegue discutir, mudar de trabalho e achar uma opção de vida sem tanto sofrimento”, conclui.
Após tentar suicídio, Marcela*, 22, buscou tratamento e hoje acompanha pessoas que passam pelo mesmo que ela. “Amor e atenção são a base de tudo. Vivemos em uma sociedade que não se importa com o outro, falta apoio familiar, e o sistema de saúde que temos é carente na área de psicologia”, diz.
O namorado de Camila tinha 25 anos, teve muitas fases ruins, mas, quando se matou, estava retomando as atividades, fazendo terapia, vivia em uma mistura de euforia e ansiedade. “Ele se mostrava recuperado nessa época, jamais imaginei que faria isso”, revela. Especialistas alertam que é preciso diferenciar tristeza de depressão e refletir sobre o que faz a pessoa desistir da vida.