O livro “filosofia zoológica” publicado em 1809 foi escrito por quem? E qual a importância desta publicação para o autor?
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Philosophie Zoologique de Lamarck está fazendo 200 anos em 2009. Para comemorar, publicaremos em novembro um artigo na revista Ciência Hoje, com o título “A bicentenária filosofia zoológica de Lamarck”. Por enquanto, fornecemos aqui:
Tomo 1 em inglês.
Tomo 1 em francês. (Edição de 1873 digitalizada pela Universidade de Toronto.)
Tomo 2 em francês. (Edição de 1873 digitalizada pela Universidade de Toronto.)
A primeira obra evolucionista de Lamarck data de 1802. Porém, Filosofia Zoológica de 1809 é a grande síntese desse autor contendo o tema.
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Trecho em português (tradução livre):
Algumas Observações Relevantes aos Homens
Se o homem fosse distinguido dos animais apenas com o que diz respeito à sua estrutura orgânica, seria fácil mostrar que as características da estrutura orgânica que se usaria para formar uma família separada (com suas variedades) são todas produtos de mudanças antigas em suas ações e hábitos que ele adquiriu, e o que se tornou especial para os indivíduos de sua espécie.
De fato, se alguma raça ou outra de quadrúmanos [primatas com polegares opositores nos membros superiores e posteriores], sobretudo os mais aperfeiçoados entre eles, viesse a perder (pela necessidade da circunstância ou alguma outra causa) o hábito de subir em árvores e segurar galhos com seus pés, como fazem com suas mãos lá se pendurar, e se os indivíduos dessa raça, ao longo de uma sucessão de gerações, fossem forçados a usar seus pés apenas para o movimento e parassem de usar suas mãos como pés, não há dúvida, depois das observações reveladas no capítulo anterior, de que esses quadrúmanos seriam finalmente transformados em bímanos [primatas com polegares opositores apenas nos membros superiores] e de que os polegares em seus pés cessariam de se separar dos dígitos, uma vez que esses pés servem a eles apenas para o movimento.
Ademais, se os indivíduos de que falo, movidos pela necessidade de crescerem mais alto de modo a ver tudo de uma vez longe e amplamente, fossem forçados a se manter eretos e adquirissem disso um hábito constante de uma geração para outra, não há dúvida mais uma vez de que seus pés teriam imperceptivelmente tomado uma forma apropriada para mantê-los numa posição ereta, de que seus membros adquiririam panturrilhas, e de que esses animais poderiam apenas deslocar-se com dificuldade sobre suas mãos e pés ao mesmo tempo.
Finalmente, se esses mesmos indivíduos parassem de usar suas mandíbulas como armas para morder, rasgar ou capturar, ou como tenazes para cortar grama para comer, e se elas fossem usadas apenas para mastigar, mais uma vez não há dúvida de que seu ângulo facial se tornaria mais aberto, de que seu focinho se encurtaria mais e mais, e seria por fim obliterado e eles teriam dentes incisivos verticais.
Suponha-se agora que uma raça de quadrúmanos, como a mais perfeita, tendo adquirido por hábitos constantes em todos os seus indivíduos a forma à qual me referi há pouco e a faculdade de ficar de pé e que depois esta raça lograsse dominar as outras raças de animais.
Tomo 1 em inglês.
Tomo 1 em francês. (Edição de 1873 digitalizada pela Universidade de Toronto.)
Tomo 2 em francês. (Edição de 1873 digitalizada pela Universidade de Toronto.)
A primeira obra evolucionista de Lamarck data de 1802. Porém, Filosofia Zoológica de 1809 é a grande síntese desse autor contendo o tema.
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Trecho em português (tradução livre):
Algumas Observações Relevantes aos Homens
Se o homem fosse distinguido dos animais apenas com o que diz respeito à sua estrutura orgânica, seria fácil mostrar que as características da estrutura orgânica que se usaria para formar uma família separada (com suas variedades) são todas produtos de mudanças antigas em suas ações e hábitos que ele adquiriu, e o que se tornou especial para os indivíduos de sua espécie.
De fato, se alguma raça ou outra de quadrúmanos [primatas com polegares opositores nos membros superiores e posteriores], sobretudo os mais aperfeiçoados entre eles, viesse a perder (pela necessidade da circunstância ou alguma outra causa) o hábito de subir em árvores e segurar galhos com seus pés, como fazem com suas mãos lá se pendurar, e se os indivíduos dessa raça, ao longo de uma sucessão de gerações, fossem forçados a usar seus pés apenas para o movimento e parassem de usar suas mãos como pés, não há dúvida, depois das observações reveladas no capítulo anterior, de que esses quadrúmanos seriam finalmente transformados em bímanos [primatas com polegares opositores apenas nos membros superiores] e de que os polegares em seus pés cessariam de se separar dos dígitos, uma vez que esses pés servem a eles apenas para o movimento.
Ademais, se os indivíduos de que falo, movidos pela necessidade de crescerem mais alto de modo a ver tudo de uma vez longe e amplamente, fossem forçados a se manter eretos e adquirissem disso um hábito constante de uma geração para outra, não há dúvida mais uma vez de que seus pés teriam imperceptivelmente tomado uma forma apropriada para mantê-los numa posição ereta, de que seus membros adquiririam panturrilhas, e de que esses animais poderiam apenas deslocar-se com dificuldade sobre suas mãos e pés ao mesmo tempo.
Finalmente, se esses mesmos indivíduos parassem de usar suas mandíbulas como armas para morder, rasgar ou capturar, ou como tenazes para cortar grama para comer, e se elas fossem usadas apenas para mastigar, mais uma vez não há dúvida de que seu ângulo facial se tornaria mais aberto, de que seu focinho se encurtaria mais e mais, e seria por fim obliterado e eles teriam dentes incisivos verticais.
Suponha-se agora que uma raça de quadrúmanos, como a mais perfeita, tendo adquirido por hábitos constantes em todos os seus indivíduos a forma à qual me referi há pouco e a faculdade de ficar de pé e que depois esta raça lograsse dominar as outras raças de animais.
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