O LEITOR IDEAL O leitor ideal para o cronista seria aquele a quem bastasse uma frase. Uma frase? Que digo? Uma palavra! O cronista escolheria a palavra do dia: "Árvore", por exemplo, ou "Menina". Escreveria essa palavra bem no meio da página, com espaço em branco para todos os lados, como um campo aberto aos devaneios do leitor. Imaginem só uma meninazinha solta no meio da página. Sem mais nada. Até sem nome. Sem cor de vestido nem de olhos. Sem se saber para onde ia... Que mundo de sugestões e de poesia para o leitor! E que cúmulo de arte a crônica! Sabeis que arte é sugestão... E se o leitor nada conseguisse tirar dessa obra-prima, poderia o autor alegar, cavilosamente, que a culpa não era do cronista. Mas nem tudo estaria perdido para esse hipotético leitor fracassado, porque ele teria sempre à sua disposição, na página, um considerável espaço em branco para tomar seus apontamentos, fazer os seus cálculos ou a sua fezinha... Em todo caso, eu lhe dou de presente, hoje, a palavra "Ventania". Serve? Questão 01 O título do texto exemplifica: a) Período simples. b) Frase nominal. c) Oração absoluta. d) Frase formada com substantivos comuns. e) Frase formada com termos da mesma classe gramatical. Questão 02 O verbo “seria” enuncia ideia: a) Hipotética. b) Causal. c) Condicional. d) Alternativa. e) Aditiva. Questão 03 O primeiro período do (1º§) exemplifica: a) Um fato verídico. b) Um fato fictício. c) Uma opinião. d) Um fato irreal baseado na vivência da voz do texto. e) Um período simples. Questão 04 Marque a alternativa correta. a) O texto inicia com opinião do cronista. b) O enunciador da mensagem textual é Mário Quintana. c) O texto apresenta frases nominais interrogativas. d) O texto apresenta frases nominais exclamativas. e) Todas as alternativas estão corretas. Questão 05 Marque a alternativa cujas palavras não admitem variação de gênero nem de número. a) Dia; no; ou. b) Como; aos; do. c) Em; da; um. d) Quem; para; por. e) Meio; que; cor. Questão 06 Marque a alternativa cujas palavras servem para demonstrar algo. a) Essa; aquele. b) Quem; com. c) Nada; até. d) Que; meio. e) Onde; porque. Questão 07 Sobre a estrutura do texto, marque a alternativa incorreta. a) O texto apresenta defesa de ponto de vista. b) Os verbos conjugados no tempo futuro evidenciam hipótese. c) O verbo “bastasse” enuncia ideia do pretérito imperfeito do subjuntivo. d) O narrador-personagem é o condutor das ações do texto. e) Para o cronista, uma palavra basta para o leitor ideal. Questão 08 Marque a alternativa com informação correta. a) Na visão do cronista, a palavra “Árvore” solta numa página permitiria ampla abstração do leitor ideal. b) A preposição sublinhada na frase: “Sem cor de vestido nem de olhos” – enuncia ausência; omissão. c) A pontuação exclamativa da frase nominal: "Que mundo de sugestões e de poesia para o leitor!” – sugere emoção súbita para mostrar opinião da voz do texto. d) Na frase: “com espaço em branco para todos os lados”, sublinhamos, respectivamente: substantivo e pronome. e) Todas as alternativas estão corretas. Questão 09 O elemento coesivo sublinhado na frase: “como um campo aberto aos devaneios do leitor”. - enuncia ideia: a) Aditiva. b) Comparativa. c) Condicional. d) Conclusiva. e) Final. Questão 10 Marque a palavra que, no contexto em análise, não deve substituir “devaneios”, porque muda o sentido. a) Consagrações. b) Sonhos. c) Fantasias. d) Abstrações. e) Imaginações. Questão 11 O fato de o escritor vislumbrar uma palavra no meio da página serviria para: a) Mostrar a capacidade que o autor do texto tem para usar a metalinguagem. b) Acelerar a leitura. c) Imergir nas divagações do receptor da mensagem enunciada. d) Criar um grau de complexidade para o leitor que se atrevesse a conviver com uma árvore ou uma menina como texto predileto. e) Permitir que o leitor se sentisse incapaz de ler um texto que não tem conteúdo algum. Questão 12 O uso de “imaginem”; “sabeis”; “lhe” comprovam que o autor: a) Busca dimensionar seus leitores. b) Está tão absorto que se perde no conteúdo do texto. c) Propositalmente escreve para narrar algo que lhe está imanente (potencial) no texto que expõe ao leitor. d) Desconhece o que ele mesmo defende. e) Não define a pessoa do discurso. Questão 13 Marque a alternativa que não exemplifica frase nominal. a) Que digo? b) Uma frase? c) Uma palavra! d) Sem mais nada. e) Até sem nome. Questão 14 Marque a função linguagem que predomina no texto. a) Emotiva. b) Fática. c) Poética. d) Referencial. e) Apelativa. Questão 15 Marque as funções da linguagem que constroem os versos do poema: “O Livro e a América”, autoria de Castro Alves. “Oh! Bendito o que semeia / Livros… livros à mão cheia… /E manda o povo pensar! / O livro caindo n’alma / É germe — que faz a palma, /É chuva — que faz o mar”. a) Emotiva e metalinguística. b) Fática e referencial. c) Metalinguística e fática. d) Referencial e emotiva. e) Apelativa e poética.
Soluções para a tarefa
Resposta:
1)B
2)A
3)C
4)E
5)D
6)E
7)E
8)E
9)B
10)A
11)C
12)C
13)A
14)E
15)E
Explicação:
1) A alternativa que apresenta o que o título do texto exemplifica é a letra B) Frase nominal.
2) O verbo referido enuncia uma ideia de acordo com a alternativa A) Hipotética.
3) O primeiro período do texto exemplifica o equivalente à letra C) Uma opinião.
4) A alternativa correta a se marcar sobre o texto é a letra E) Todas as alternativas estão corretas.
5) As palavras que não admitem variação de gênero ou número estão na letra D) Quem; para; por.
6) A alternativa que enuncia palavras que servem para mostrar algo é a letra A) Essa; aquele.
7) A alternativa que não está de acordo com o texto é a letra E) Para o cronista, uma palavra basta para o leitor ideal.
8) A alternativa correta a ser marcada é a letra E) Todas as afirmativas estão corretas, já que não é apresentada uma informação incorreta.
9) A alternativa que possui a ideia correta sobre o que o elemento coesivo anuncia é a letra B) Comparativa.
10) A alternativa que cita uma palavra que muda o sentido de "devaneios" no contexto em análise é a letra A) Consagrações.
11) A alternativa que condiz com o motivo de o escritor vislumbrar uma palavra no meio da página é a letra C) Imergir nas divagações do receptor da mensagem enunciada.
12) O uso das palavras mencionadas comprova que o autor C) Propositalmente escreve para narrar algo que lhe está imanente.
13) A alternativa que não exemplifica uma frase nominal é a letra A) Que digo?.
14) A função linguagem que predomina no texto condiz com a letra E) Apelativa.
15) As funções da linguagem que constroem os versos do poema estão na letra E) Apelativa e poética.
1) O título do texto se configura uma frase nominal porque não possui nenhum verbo contido nela. Entretanto, mesmo que um verbo não esteja explícito, ele de fato existe e está subentendido, como podemos ver a seguir:
- O (que é/seria um) leitor ideal.
2) O verbo "seria" apresenta ideia de hipótese, uma vez que o autor se refere a um possível leitor ideal para um cronista, que necessitaria de apenas uma frase, ou melhor, uma palavra para se dar por satisfeito.
3) O primeiro período do texto, ou primeira frase, exemplifica uma opinião do autor. De acordo com ele, para o leitor ideal de um cronista, uma palavra só bastaria. No texto, o autor deixa claro o seu posicionamento, pois ele não sugere e nem questiona, somente afirma, ou seja, apresenta a sua opinião.
4) De fato o texto inicia com uma opinião do cronista, como vimos na questão 3, e a mensagem do texto é enunciada por Mário Quintana, uma vez que ele escreve em primeira pessoa. Além disso, o texto apresenta frase nominal interrogativa, como "Uma frase?", e frase nominal exclamativa, como "Uma palavra!".
5) As palavras que não admitem variação de número ou gênero são "quem", "para" e "ou". Ou seja, não se modificam do feminino para o masculino ou vice-versa, e também não se modificam do singular para o plural ou vice-versa.
6) As palavras que servem para demonstrar algo são "essa" e "aquele". Fazem parte dos pronomes demonstrativos, que são usados para indicar o lugar de alguém ou de algo. Esse lugar pode ser no tempo, no espaço ou no próprio discurso.
7) A alternativa que apresenta uma informação incorreta sobre o texto é a letra E, visto que ela evidencia uma opinião do narrador-personagem, e não um fato constatado, ou seja, ele não necessariamente é uma verdade. É um ponto de vista e é em cima desse ponto que o texto é escrito.
8) Na visão do cronista, para o autor, qualquer palavra solta em um papel bastaria para o leitor ideal. A palavra "sem" indica que não há cor, mas sim ausência de cor. Pontos de exclamação indicam algo intenso, que é o caso da frase referida na letra C. Por fim, as palavras sublinhadas na frase referida na letra D se classificam em substantivo e pronome, já que uma dá o nome a algo e a outra representa um nome.
9) Elementos coesivos funcionam como conectivos que estabelecem relações lógicas no texto. Visto isso, a palavra"como" na frase é usada pala servir de comparação.
10) A palavra "consagrações" não deve substituir "devaneios", uma vez que ela significa coisas que de fato existem, não sendo algo abstrato.
11) Com somente uma palavra disponibilizada, caberia ao leitor usar a sua criatividade para preencher o espaço em branco,
12) Como o texto já começa apresentando a ideia principal do autor, e o texto baseia-se em cima dele, o autor usa a linguagem direta pois já apresentou a sua tese.
13) Como vimos anteriormente, frase nominal é aquela que não apresenta verbos de forma explícita. Assim sendo, a única que não é nominal é a a frase "Que digo?", já que ela possui verbo.
14) Como o autor quer argumentar que a sua tese é verdadeira e faz sentido, ele usa uma linguagem apelativa com o intuito de convencer o leitor.
15) Além da apelativa, a linguagem poética também está presente, uma vez que o autor valoriza o texto com combinação de palavras e explora os sentimentos do eu lírico.
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