Música, perguntado por NatySalles9912, 11 meses atrás

.“O jogo dramático foi estudado por Peter Slade, pesquisador inglês, pioneiro no campo do teatro para crianças. Em seu livro ‘O Jogo Dramático Infantil’, publicado no Brasil, em 1978, o autor delineia um estudo sobre os jogos dramáticos, baseado em cerca de trinta anos de observação com crianças

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Respondido por Jucimeire213
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Resposta:

PETER SLADE é um pesquisador inglês, reconhecido internacionalmente, pioneiro no campo do teatro para crianças e perito no desenvolvimento de trabalhos direcionados a portadores de necessidades especiais.

Em “O Jogo Dramático Infantil”, o autor, com base em suas observações, explica o tipo de drama criado pelas crianças e a forma como adultos podem orientá-las de maneira construtiva. A obra apresenta uma abordagem analítica e visa abrir novas perspectivas, promovendo a ampliação do repertório por meio da adoção de novas regras de atuação. Baseando-se em sua vasta experiência com crianças e adolescentes, Slade procura oferecer respostas às dúvidas dos profissionais que trabalham com teatro aplicado à educação. O autor traça um paralelo entre o jogo dramático infantil e a arte infantil, da pré-escola à adolescência.  (SUMMUS, 2007)

2. SÍNTESE DA OBRA

SLADE (1987, p. 18) parte do princípio de que para se pensar a forma de arte do Jogo Dramático Infantil, é necessário levar em consideração a diferença entre o que a criança faz na realidade e o que se sabe e entende por teatro. “Teatro significa uma ocasião de entretenimento ordenada e uma experiência emocional compartilhada”. A raiz do jogo dramático é a brincadeira de representar o jogo. Este é “a maneira da criança pensar, comprovar, relaxar, trabalhar, lembra, ousar, experimentar, criar e absorver”.  Embora em seus primeiros anos a criança não sinta a diferença, cada pessoa é tanto do autor como do auditório.

Através de tentativas emocionais e físicas, a criança descobre a vida e a si mesma. Através do jogo e da prática repetitiva proporcionada por ele, ocorre a internalização e a transformação através da concentração e da transformação do indivíduo. No entanto, SLADE (1987, p. 18) considera que a relação com o teatro só ocorre a partir da imposição dos adultos. Estes devem proporcionar oportunidades e encorajamento, de forma a conquistar “a confiança por meio da amizade e criar a atmosfera propícia por meio de consideração e empatia”. Desta forma, a tarefa do professor é de “aliado amoroso”.

O drama infantil envolve duas qualidades fundamentais para o indivíduo em crescimento: a absorção (total envolvimento no que está sendo feito); a sinceridade (honestidade completa no representar de um papel). Estas são qualidades que devem ser estimuladas.

Seguindo a classificação do autor, são formas precoces de jogo: o jogo pessoal e o jogo projetado. Segundo explicações de SLADE (1987), o jogo pessoal envolve a pessoa total, em interação entre movimento e caracterização. Este jogo favorece o desenvolvimento da sinceridade através da fé absoluta no papel representado, pois a criança perambula pelo local e toma para si a responsabilidade de representar um papel.

Por outro lado, o jogo projetado envolve a mente, mas não o corpo totalmente. Para SLADE (1987, 19) , este jogo favorece a absorção, uma vez que ocorre uma forte projeção mental e assumem importância “os objetos com os quais se brinca, mais do que a pessoa que está brincando”, embora possa haver “vigoroso uso da voz”.  Absorção e sinceridade, combinadas, acrescentam qualidade uma à outra, assim como à pessoa que joga, sendo que estes dois processos exercem uma influência importante na construção do indivíduo total, no seu comportamento e capacidade de adaptação à sociedade.

Entre as formas recorrentes do jogo dramático infantil, nota-se o círculo. O autor considera que de início surge o círculo de criancinha, observável no engatinhar e mais tarde no correr, no girar no mesmo lugar, no sapatear e saltitar. Segundo informações de SLADE (1987, p. 21), “entre os cinco e sete anos os círculos se alargam, aparece o círculo cooperativo, com todos participando e o círculo cheio com todos correndo em volta. (...) Em torno dos sete anos ou pouco antes, torna-se aparente o estágio dos bandos, turmas, porque os companheiros são uma parte importante da vida normal nessa idade”.

O autor informa que na pré-escola nota-se a espiral, pois “em muitos de seus movimentos as crianças correm para a esquerda, com os corações para o centro do recinto”. Na escola primária nota-se um círculo irregular, comum em jogos dramáticos de correria. Dos doze aos treze anos, aparecem pequenos grupos enturmados na frente do palco.

Com o estágio da turma o círculo se subdivide em círculos menores. Estes têm caráter tanto simbólicos quanto sintomáticos e muitas vezes contém membros de um estreito relacionamento social. O autor ressalta que o círculo pode ser observado, em diversas variações, entre os onze e treze anos. Depois disso surge naturalmente uma inclinação genuína para o teatro como o conhecemos.

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