O Japão e as duas guerras
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O Japão e as Guerras Mundiais (1914-1945)
O imperador Meiji é sucedido pelo seu filho Taisho. Durante a era Taisho, o poder político passa gradualmente da oligarquia para o parlamento e os partidos democratas.
O Japão participou da Primeira Guerra Mundial junto aos Aliados, em respeito a tratados firmados com a Inglaterra. Mas sua atuação restringiu-se apenas a lutas contra colônias alemãs no leste asiático.
Durante a Conferência de Paz de Paris, em 1919, o Japão obteve a posse de todas as ilhas do Pacífico, ao norte do Equador, antes pertencentes à Alemanha. A proposta japonesa de "igualdade racial" foi rejeitada pelos Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha. A discriminação racial sobre o povo japonês sempre existiu e foi o principal motivo para a deterioração das relações entre Ocidente e Japão.
Após a guerra, a situação econômica piorou. Em 1923, um grande terremoto destruiu Tóquio, a capital. A grande depressão mundial de 1929 só serviu para aumentar a crise.
Durante a década de trinta a população atingiu a marca dos 65 milhões, duplicando em menos de um século. Com o agravamento da crise econômica, boa parte da população japonesa foi condenada à fome e à miséria. Diante dessa situação, setores militares ultranacionalistas defenderam a idéia de que apenas uma expansão territorial poderia amparar o excedente demográfico. Assim, contra a vontade do imperador Hiroito, os militares conseguiram quase o controle completo do governo.
Não demorou para que o Japão seguisse o exemplo das potências ocidentais e obrigasse a China a assinar tratados econômicos e políticos injustos. Em 1931 o exército japonês invade a Manchúria, tornando o país uma espécie de Estado fantoche. No mesmo ano, forças aéreas bombardeiam Shangai.
Em 1933, o Japão retira-se da Liga das Nações por ter sido muito criticado pelas suas ações na China. A Manchúria se havia tornado a base para o império que o Japão pretendia firmar na Ásia.
Em Julho de 1937 explode a segunda Guerra Sino-Japonesa. As forças japonesas ocuparam quase todo o litoral da China, praticando severas atrocidades contra a população local. O governo Chinês não se rendeu, todavia, e a guerra continuou, em menor escala, até 1945.
O próximo passo da expansão japonesa era o sudeste asiático, o que incluía a libertação das colônias ocidentais. Ocupou o Vietnã, em 1940, e firmou pactos com a Alemanha e Itália. Essas ações intensificaram o conflito com os Estados Unidos e a Inglaterra, que reagiram com um boicote no abastecimento de petróleo. Isso fez com que o Japão capturasse as refinarias da Indonésia e arriscasse entrar numa guerra contra as duas potências.
Em 7 de Dezembro de 1941, os japoneses lançam um ataque surpresa à base militar americana em Pearl Harbour, no Havaí, e a vários outros pontos no Pacífico, o que fez com que os Estados Unidos entrassem na Segunda Guerra Mundial. Nos seis meses seguintes as tropas japonesas conquistaram quase a totalidade do Sudeste Asiático e do Pacífico.
A partir de 1942, entretanto, as forças Aliadas começaram a ganhar a guerra. A partir de então, os territórios ocupados pelo Japão foram gradualmente recuperados. Diante dessa situação, os japoneses apelaram para o uso dos kamikases: pilotos suicidas que se jogavam sobre os alvos inimigos carregados de explosivos. Esse termo, que significa "Vento Divino", faz alusão aos tufões que centenas de anos antes haviam salvado o Japão das invasões mongólicas.
Em 1944 o Japão sofreu ataques aéreos intensivos. No dia 1o de Abril, tropas norte-americanas desembarcaram em Okinawa. As forças Aliadas exigiam a rendição incondicional do Japão, que, no entanto, resistia a se render sob tais termos. No segundo semestre as negociações para o término da guerra já estavam bem adiantadas.
Em 6 de Agosto de 1945 os Estados Unidos lançam uma bomba atômica sobre Hiroxima e, como se não bastasse, três dias depois, outra sobre Nagasaki. Isso forçou a decisão do imperador Showa de finalmente aceitar a capitulação sem impor condições. Em 2 de Setembro os Aliados recebem a notícia da rendição incondicional do Japão.
A guerra deixou mais de 1.800.000 mortos só no Japão; 40% de suas cidades foram destruídas e a economia completamente arrasada.