Matemática, perguntado por Usuário anônimo, 1 ano atrás

O incírculo do triângulo ABC toca AB e AC nos pontos P e Q, respectivamente. A reta PQ encontra as retas BI e CI nos pontos K e L, respectivamente. Mostre que ILK é tangente a ωᴀ, se, e somente se, AB+AC=3BC.​


Vulpliks: Acredito que I seja o incentro, mas o que seria omega A?
Usuário anônimo: acredito que a dita circunferência
Usuário anônimo: sim, só pode ser a circunferência.

Soluções para a tarefa

Respondido por Vulpliks
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Bom, vou tentar responder, mas não tenho certeza de que está correto, até porque, pra ser sincero, não entendi muito bem essa sentença: " ILK é tangente a ωᴀ". Mas pode ser que te ajude.

O incentro de qualquer triângulo circunscrito é dado pelo encontro entre as bissetrizes dos vértices A, B e C. Assim sendo, sabendo as coordenadas dos três vértices pode ser calculado por:

I = \left(\dfrac{\overline{BC} \cdot x_A + \overline{AC} \cdot x_B + \overline{AB} \cdot x_C}{\overline{BC} + \overline{AC} + \overline{AB}},\dfrac{\overline{BC} \cdot y_A + \overline{AC} \cdot y_B + \overline{AB} \cdot y_C}{\overline{BC} + \overline{AC} + \overline{AB} }\right)

O inraio (raio do incírculo) nada mais é do que um segmento perpendicular (forma 90°), que parte do incentro e toca a cada um dos três segmentos do triângulo. A distância entre ponto e reta é na verdade um segmento que passa pelo ponto e é perpendicular a reta. Assim sendo, o inraio é a distância de I até os segmentos do triângulo.

Pelo que eu entendi, para que a região triangular ILK seja tangente (toque em apenas um ponto) à circunferência ωᴀ, basta que ou o ponto P ou o ponto Q estejam na mesma linha da bissetriz dos vértices C e B, respectivamente. Aqui, eu arbitrariamente fixei o ponto P como referência.

Assim sendo, para que o ponto P esteja na bissetriz do vértice C, o ponto C precisa ser perpendicular ao segmento \overline{AB}.

Sejam \alpha, \beta e \gamma os ângulos relativos aos vértices A, B e C, respectivamente.

Ou seja, a bissetriz de C, que aqui chamo de \dfrac{\gamma}{2} deve respeitar a regra:

tan\left(\dfrac{\gamma}{2}\right) = \dfrac{1}{tan(\alpha)}

para que isso aconteça. Então:

\dfrac{sin\left(\dfrac{\gamma}{2}\right)}{cos\left(\dfrac{\gamma}{2}\right)} = \dfrac{cos(\alpha)}{sin(\alpha)}

Multiplicando cruzado:

sin\left(\dfrac{\gamma}{2}\right) \cdot sin(\alpha) = cos(\alpha) \cdot cos\left(\dfrac{\gamma}{2}\right)

Passando tudo para a direita:

cos(\alpha) \cdot cos\left(\dfrac{\gamma}{2}\right) - sin\left(\dfrac{\gamma}{2}\right) \cdot sin(\alpha) = 0

Usando a identidade: cos(x+y) = cos(x) \cdot cos(y) - sen(x) \cdot sen(y), teremos:

cos\left(\alpha+\dfrac{\gamma}{2}\right) = 0

Para que um cosseno seja 0, o argumento precisa ser 90° ou 270°, considerando que a soma dos ângulos internos de qualquer triângulo é 180°, fico com a primeira opção. Assim:

\alpha+\dfrac{\gamma}{2} = 90\textdegree

\dfrac{\gamma}{2} = 90\textdegree - \alpha

\gamma = 180\textdegree - 2 \cdot \alpha

Sabendo que a soma dos ângulos internos precisa ser 180°:

\alpha + \beta + \gama = 180\textdegree

\alpha + \beta + 180\textdegree - 2 \cdot \alpha = 180\textdegree

\beta -\alpha =0

\beta =\alpha

Sendo assim, se aplicarmos a Lei dos Senos:

\dfrac{\overline{AB}}{sen(\gamma)} = \dfrac{\overline{BC}}{sen(\alpha)} = \dfrac{\overline{AC}}{sen(\beta)}

\dfrac{\overline{AB}}{sen(180\textdegree - 2 \cdot \alpha)} = \dfrac{\overline{BC}}{sen(\alpha)} = \dfrac{\overline{AC}}{sen(\alpha)}

Descobrimos que: \overline{AC} = \overline{BC}

Aplicando a propriedade: sen(x-y) = sen(x) \cdot cos(y) - sen(y) \cdot cos(x)

Temos:

sen(180\textdegree - 2 \cdot \alpha) = sen(180\textdegree) \cdot cos(2 \cdot \alpha) - sen(2 \cdot \alpha) \cdot cos(180 \textdegree) = 0 -(-1 \cdot sen(2 \cdot \alpha)) = sen(2 \cdot \alpha)

Pela mesma propriedade: sen(2 \cdot x) = sen(x + x) = sen(x) \cdot cos(x) + sen(x) \cdot cos(x) = 2 \cdot sen(x) \cdot cos(x)

Assim:

\dfrac{\overline{AB}}{2 \cdot sen(\alpha) \cdot cos(\alpha)} = \dfrac{\overline{BC}}{sen(\alpha)}

Simplificando:

\overline{AB} = 2 \cdot cos(\alpha) \cdot \overline{BC}

E assim, a soma de \overline{AB} com \overline{AC} equivale a:

\overline{AB} + \overline{AC} = 2 \cdot cos(\alpha) \cdot \overline{BC} + \overline{BC} = \overline{BC} \cdot (1 + 2 \cdot cos(\alpha))

Perceba que, se \alpha = 0\textdegree, teremos:

\boxed{\overline{AB} + \overline{AC} = 3 \cdot \overline{BC}}

Mas aí é que está a minha dúvida. Eu fiz um exemplo, onde \alpha = 30\textdegree e os segmentos medem \overline{AB} = \sqrt{3} \text{ , } \overline{BC} = \overline{AB} = 1. O resultado está na figura que coloquei em anexo.

Perceba que, nesta configuração, temos que: \overline{AB} + \overline{AC} = (\sqrt{3}+1) \cdot \overline{BC}. Mas olhando na figura, o triângulo ILK tangencia (toca em um ponto) a circunferência. Então acredito que não entendi direito o enunciado do problema.

Anexos:

Usuário anônimo: (primeira mensagem) ou seja, à circunferência circunscrita do triângulo ABC
Usuário anônimo: Erro grande meu.
Usuário anônimo: Me desculpe mais uma vez.
Usuário anônimo: Agora eu entendi o problema. A circunferência tem que passar pelos pontos do triângulo ILK.
Vulpliks: Não tem problema, tudo bem. Então na verdade ILK não é uma região triangular, mas uma circunferência dentro de outra circunferência
Vulpliks: Agora faz sentido
Usuário anônimo: Vou prestar mais atenção da próxima vez.
Vulpliks: Bom, não sei se isso responde, mas encontrei algo que pode te ajudar:
https://math . stackexchange . com/questions/1110305/proving-b-c-d-and-e-to-be-concyclic-iff-abac-3bc (remova os espaços.

Aqui, se formularmos o seu problema de outro jeito, seria demonstrar que os pontos I (incírculo), B, C (vértices), P' e Q' estariam no mesmo círculo, se e somente se, AB + AC = 3BC
Usuário anônimo: obrigado, cavalheiro.
Usuário anônimo: o mais difícil é o desenho
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