O homem que entrou pelo cano
Abriu a torneira e entrou pelo cano. A princípio incomodava-o a estreiteza do tubo. depois se acostumou. E, com a água, foi seguindo. Andou quilômetros. Aqui e ali ouvia barulhos familiares. Vez ou outra um desvio, era uma seção que terminava em torneira.
Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou monótono. O cano por dentro não era interessante. No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criança brincava. Ficou na torneira, à espera que abrissem. Então percebeu que as engrenagens giravam e caiu numa pia. À sua volta era um branco imenso, uma água límpida. E a cara da menina aparecia redonda e grande, a olhá-lo interessada. Ela gritou: "Mamãe, tem um homem dentro da pia".
Não obteve resposta. esperou, tudo quieto. a menina se cansou, abriu o tampão e ele desceu pelo esgoto.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Cadeiras proibidas. São Paulo: Global, 1988, p. 89.
O homem desviou-se de sua trajetória porque
(A) ouviu muitos barulhos familiares.
(B) já estava "viajando" há vários dias.
(C) ficou desinteressado pela "viagem".
(D) percebeu que havia uma torneira.
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Resposta:
C)
Explicação:
A história diz que para ele, a viagem já estava monótona, ou seja, repetitiva, chata, sem graça. Ele também diz que "o cano por dentro não era interessante".
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Resposta:
Letra D
Explicação: a viagem foi ficando chata e cansativa
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