O historiador Eric Hobsbawm é conhecido como um dos principais historiadores acerca da História Contemporânea. O autor em sua obra “A Era dos Impérios” apresenta uma série de elementos que se articularam, historicamente, para criar o que denominamos de Imperialismo. Apesar de também ser chamado de neocolonialismo, esse novo movimento, da segunda metade do século XIX e início do XX, possuiu motivações, características e consequências bastante diferentes daquele movimento colonialista de alguns séculos antes. Acerca de um dos elementos que causaram o imperialismo o historiador britânico Hobsbawm nos diz:
“[...] Um motivo mais convincente para a expansão colonial foi a procura de mercados. Mas, o ponto crucial da situação econômica global foi que um certo número de economias desenvolvidas sentiu simultaneamente a necessidade de novos mercados. [...] elas tinham a esperança de conseguir para si territórios que, em virtude da sua dominação, garantissem à economia nacional uma posição monopolista ou ao menos uma vantagem substancial. A consequência lógica foi a repartição das partes não ocupadas do Terceiro Mundo. Em um certo sentido, tratava-se da extensão do protecionismo, que ganhou terreno em quase todas as partes após 1879. "Se vocês não fossem protecionistas tão teimosos", disse o primeiro-ministro britânico ao embaixador francês em 1897, "não nos achariam tão ávidos por anexar territórios".
HOBSBAWM, Eric. A era dos impérios: 1875-1914. Editora Paz e Terra, 2016. pp. 108-109.
A partir da análise do excerto examine as afirmativas abaixo:
I. O Imperialismo apesar de possuir consequências econômicas para os países dominados, não teve participação da economia em suas motivações. Foram exclusivamente os aspectos políticos e ideológicos os responsáveis pelo desenvolvimento imperialista.
II. Historicamente, o protecionismo, apresentado por Hobsbawm, é uma característica singular do movimento Imperialista. Foi justamente a grande demanda por mercados criada pela Revolução Industrial, que fez surgir, de forma inédita, o protecionismo econômico nas potências europeias.
III. A partir do trecho do texto “o ponto crucial da situação econômica global foi que um certo número de economias desenvolvidas sentiu simultaneamente a necessidade de novos mercados” podemos concluir que essa necessidade simultânea de novos mercados foi resultante das Revoluções Industriais que estavam acontecendo nos países europeus na segunda metade do século XIX.
IV. A partir do trecho do texto “Se vocês não fossem protecionistas tão teimosos", disse o primeiro-ministro britânico ao embaixador francês em 1897, não nos achariam tão ávidos por anexar territórios" é possível inferir que como o protecionismo levou a disputa de mercados entre as potências europeias, também é responsável pelo fortalecimento do Imperialismo e consequentemente pelas tensões político-econômicas que resultariam na eclosão da Primeira Guerra Mundial.
É correto o que se afirma em:
Alternativas
Alternativa 1:
III, apenas.
Alternativa 2:
IV, apenas.
Alternativa 3:
I e IV, apenas.
Alternativa 4:
II e III, apenas.
Alternativa 5:
III e IV, apenas.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Creio ser III e IV.
Explicação:
I - F - Nesse sentido, o imperialismo foi o “subproduto natural de uma economia internacional baseada na rivalidade entre várias economias industriais concorrentes, intensificada pela pressão econômica dos anos de 1880” (HOBSBAWM, 1998, p. 101).
III - V- Mas o ponto crucial da situação econômica global foi que um certo número de economias desenvolvidas sentiu simultaneamente a necessidade de novos mercados. Quando sua força era suficiente, seu ideal eram "portas abertas" nos mercados do mundo subdesenvolvido; caso contrário, elas tinham a esperança de conseguir para si territórios que, em virtude da sua dominação, garantissem à economia nacional uma posição monopolista ou ao menos uma vantagem substancial.
IV - V - "Se vocês não fossem protecionistas tão teimosos", disse o primeiro-ministro britânico ao embaixador francês em 1897, "não nos achariam tão ávidos por anexar territórios". Neste sentido, o "novo imperialismo" foi o subproduto natural de uma economia internacional baseada na rivalidade entre várias economias industriais concorrentes, intensificada pela pressão econômica dos anos 1880.