História, perguntado por athoscaio777, 10 meses atrás

O historiador Eric hobsbawm afirmou que o século 20 termino em 1991 com colapso do socialismo soviético Com base no que você já aprendeu sobre tempo cronológico e tempo histórico explique o que significado dessa afirmação?​

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Respondido por gabixande2006
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Resposta:

Em 28 de  junho  de  1992  o  presidente  Mitterrand,  da  França, apareceu de forma súbita, não anunciada e inesperada em Sarajevo, que já era o centro de uma guerra balcânica que iria custar cerca  de  150  mil vidas no decorrer daquele  ano.  Seu  objetivo  era  lembrar  à  opinião pública mundial a gravidade da crise  bósnia.  E,  de  fato,  foi  muito observada e admirada  a  presença  do  conhecido  estadista  —  idoso  e visivelmente frágil sob o fogo das armas portáteis e da  artilharia.  Um aspecto da visita de Mitterrand, contudo, embora claramente fundamental, passou despercebido: a data. Por que o presidente  da  França  escolhera aquele dia específico para ir a Sarajevo?  Porque  28  de  junho  era  o aniversário  do  assassinato,  em  Sarajevo,  em  1914,  do   arquiduque Francisco l Ferdinando da Áustria-Hungria, ato  que  em  poucas  semanas levou à eclosão j da Primeira  Guerra  Mundial.  Para  qualquer  europeu culto da geração de/| 12 Mitterrand, saltava aos olhos a ligação entre data e lugar e a  evocação de uma catástrofe histórica  precipitada  por  um  erro  político  e  de cálculo. Que melhor maneira de dramatizar as implicações  potenciais  da crise bósnia que escolhendo uma data  assim  tão  simbólica?  Mas  quase ninguém captou a alusão, exce-to uns poucos historiadores  profissionais e cidadãos muito idosos. A memória histórica já não estava viva.       A destruição do passado — ou melhor, dos  mecanismos  sociais  que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas —  é  um  dos fenómenos mais característicos e lúgubres do final do século  xx.  Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente  contínuo,  sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em  que  vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que outros  esquecem, tomam-se mais importantes que nunca no fim do segundo milénio. Por  esse mesmo motivo, porém,  eles  têm  de  ser  mais  que  simples  cronistas, memorialistas e compiladores. Em 1989 todos  os  governos  do  mundo,  e particularmente todos os mi-1 nistérios do Exterior do mundo, ter-se-iam beneficiado de um seminário sobre/ os acordos de paz  firmados  após  as duas  guerras  mundiais,  que  a  maioria  deles|  aparentemente   havia esquecido.       Contudo, não é propósito deste livro contar a história da época de que trata, o Breve Século xx entre 1914 e 1991, embora todo  aquele  que já tenha ouvido um estudante americano inteligente  perguntar-lhe  se  o fato de falar em  "Segunda  Guerra  Mundial"  significa  que  houve  uma "Primeira Guerra Mundial" saiba muito bem que nem sequer o  conhecimento de fatos básicos do século pode ser  dado  por  certo.  Meu  objetivo  é compreender e explicar por que as coisas deram no que deram e como  elas se relacionam entre si. Para qualquer pessoa de minha  idade  que  tenha vivido todo o Breve Século xx ou a maior  parte  dele,  isso  é  também, inevitavelmente,  uma  empresa  autobiográfica.  Trata-se  de  comentar, ampliar (e corrigir) nossas próprias memórias. E falamos como  homens  e

mulheres de determinado tempo e lugar, envolvidos de  diversas  maneiras em sua história como atores de seus dramas —  por  mais  insignificantes que  sejam  nossos  papéis  —,  como  observadores  de  nossa  época  e, igualmente, como pessoas cujas opiniões sobre o  século  foram  formadas pelo que viemos a considerar acontecimentos cruciais. Somos parte  deste século. Ele é parte de nós. Que não o esqueçam os leitores que pertencem a outra  era,  por  exemplo  os  estudantes  que  estão  ingressando  na universidade no momento em que escrevo e  para  quem  até  a  Guerra  do Vietnã é pré-história.       Para os historiadores de  minha  geração  e  origem  o  passado  é indestrutível, não apenas porque pertencemos à geração  em  que  ruas  e logradouros públicos ainda  tinham  nomes  de  homens  e  acontecimentos públicos (a estação Wilson na Praga de antes da  guerra,  a  estação  de metro Stalingrado em Paris), em  que  os  tratados  de  paz  ainda  eram assinados e portanto tinham de ser identificados (Tratado de  Versalhes) e os memoriais de guerra lembravam aconte- 13 cimentos passados, como também porque  os  acontecimentos  públicos  são parte da textura de nossas vidas. Eles não são apenas marcos  em  nossas vidas privadas, mas aquilo que formou nossas vidas, tanto privadas  como públicas.  Para  este  autor,  o  dia  30  de  janeiro  de  1933  não  é simplesmente a data, à parte isso arbitrária, em  que  Hitier  se  tomou chanceler da Alemanha, mas também uma tarde de inverno em Berlim, quando um jovem de quinze anos e sua irmã mais  nova  voltavam  para  casa,  em Halensee, de suas escolas vizinhas em Wilmersdorf, e em algum  ponto  do trajeto viram a manchete. Ainda posso vê-la, como num sonho.

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