História, perguntado por jesusmary406, 9 meses atrás

“O grito do Ipiranga”, o quadro: uma fraude ou a idealização de um fato histórico?

O quadro O grito do Ipiranga ou Independência ou morte, de Pedro Américo é uma das mais emblemáticas imagens da História do Brasil. A obra foi feita por encomenda do governo da província de São Paulo para ocupar o salão de honra do Monumento do Ipiranga, prédio que estava em construção (atual Museu Paulista/USP).

A pintura de Pedro Américo faz parte da chamada escola romântica, um estilo artístico que vigorou na Europa em meados do século XIX e que teve, entre suas características, a exaltação dos sentimentos nacionalistas. Os temas históricos que glorificavam o passado nacional tornaram-se muito populares. Em suas obras, os pintores procuravam comover o espectador, exaltar a coragem, dignificar e heroicizar os personagens nacionais.

Sendo uma pintura romântica de cunho nacionalista, O grito do Ipiranga glorifica e idealiza o passado usando, para isso, de figuras e composição de cena nem sempre fiéis à história.

“O grito do Ipiranga”, 7,60 m x 4,51 m, Pedro Américo, 1888. Museu Paulista/USP, SP



O que o grito do Ipiranga mostra?

• No centro, em posição mais elevada, está D. Pedro, príncipe regente, montado a cavalo, com uniforme de gala e erguendo a espada.
• A comitiva, à direita do príncipe, é formada por dez homens que erguem seus chapéus.
• A frente deles, trinta soldados, os Dragões da Independência, com uniforme de gala, formam um semicírculo e erguem suas espadas.
• Os soldados, foram pegos de surpresa pelo gesto de D. Pedro, o que se percebe pelo movimento dos animais e pelo quinto soldado (da esquerda para a direita) que se apressa para montar o cavalo. Ao fundo, à direita, outros dois soldados também estão começando a montar seus cavalos.
• Próximo a eles, há um civil usando cartola que ergue um guarda-chuva; segundo alguns estudiosos, seria Pedro Américo que se autorretratou no quadro.
• À esquerda, três figuras populares: um homem conduzindo um carro de boi carregado de toras de madeira e que olha a cena assustado (ou curioso?); atrás, um outro montado a cavalo e mais ao fundo, um negro conduzindo um jumento que segue de costas ao grupo.
• O riacho do Ipiranga está em primeiro plano e suas águas respingam na pata do cavalo. Um casebre, ao fundo à direita, compõe a cena reforçando o caráter rural do lugar; apelidado de “Casa do Grito”, seria um local de pouso para as tropas que viajavam naquele caminho.

A comitiva, à direita do príncipe que ergue a espada, é formada por dez homens que erguem seus chapéus.



À frente de D. Pedro e de sua comitiva, trinta soldados, os Dragões da Independência, com uniforme de gala, formam um semicírculo e erguem suas espadas.



Pedro Américo, de cartola e erguendo guarda-chuva, se autorretratou no quadro. Ao fundo, a “Casa do Grito”.



O riacho do Ipiranga está em primeiro plano e suas águas respingam na pata do cavalo.



Elementos que não correspondem ao momento retratado

Cavalos: D. Pedro e seus acompanhantes não estavam montando cavalos; na época, em viagens longas, se utilizavam jumentos e mulas, mais resistentes.
Número de acompanhantes: a comitiva de D. Pedro era formada por poucos integrantes e não quarenta pessoas.
Trajes: D. Pedro I e sua comitiva não viajaram com uniformes de gala que, aliás, sequer existiam na época; eles foram criados depois da independência, assim como os “Dragões”.
Postura de D. Pedro: é improvável que o príncipe regente estivesse com uma aparência tão sadia e posição ereta uma vez que, naquele momento, estava sentindo fortes cólicas causadas pelo cansaço da longa viagem ou pelo jantar na noite anterior.
Casa do Grito: não existia na época; o casebre retratado no quadro foi construído por volta de 1884, portanto muito tempo depois da proclamação da independência.
Pedro Américo sequer tinha nascido quando aconteceu a independência, portanto, não foi testemunha do fato que só foi pintado décadas depois de ocorrido.

O quadro é uma fraude?

Não, exatamente. Pedro Américo não se preocupou em fazer um retrato fiel do fato. A arte não tem compromisso de ser um retrato fidedigno e indelével da História . Trata-se de imagem idealizada que faz uma representação heroica do passado e exalta a monarquia (naquele momento, em franco declínio, às vésperas da proclamação da República).

O Príncipe é a figura de destaque: no centro e na parte mais elevada, ele ergue a espada passando a ideia de líder vitorioso, como se ele fosse o único responsável pela independência. É dele que parte o “grito”, praticamente uma ordem militar que é imediatamente acatada por todos que o acompanham.



Sua resposta

2) De acordo com o texto, o que caracteriza o quadro do Pedro Américo como uma fraude histórica? *

Sua resposta

3) Quais elementos no quadro você consegue relacionar com o 7 de setembro? *

Sua resposta

4) Analisando a imagem como se dá a participação do povo perante ao grito do Ipiranga? *


Soluções para a tarefa

Respondido por josecarlosdejesus462
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Resposta:

desculpe eu nn sei888888888888

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