"O golpe de outubro de 1930 resultou no deslocamento da tradicional oligarquia paulista do epicentro do poder, enquanto os demais setores sociais a ele articulados e vitoriosos não tiveram condições, individualmente, nem de legitimar o novo regime, nem tampouco de solucionar a crise econômica. O período 1930-37 pode, por isso mesmo, ser definido como de crise política aberta, sem que nenhuma das frações de classe envolvidas lograsse torna-se hegemônica em sucessão à burguesia cafeeira, o que acabou garantindo ao Estado - a burocracia estatal - a possibilidade de atuar com relativa margem de autonomia face aos interesses em disputa. Estava em gestação uma modificação na própria estrutura e forma de atuação do Estado, cujos produtos viriam a ser não apenas a superação das formas tradicionais de expressão política dos interesses de classe, como também a alteração do próprio processo de reprodução das classes, inscrito na ossatura do Estado. A instalação da ditadura do Estado Novo em 1937 explicitaria tais tendências". (MENDONÇA, PARTE B ESTADO E SOCIEDADE: A consolidação da república oligárquica S. In LINHARES, M. História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Campus-Elsevier, 2003, p. 332)A opção que NÃO corresponde a uma leitura da revolução de 1930 é:Aa primeira das posições existentes, como Sodré, interpreta a "revolução de 30" como a verdadeira revolução burguesa no Brasil, entendida, dogmaticamente, como a ascensão da burguesia industrial ao aparelho de Estado. Em consequência dessa tomada do poder, implantar-se-ia de fato a indústria de base no país, único meio capaz de superar o dilema criado pela coexistência dos setores arcaico (a agro exportação, identificada ao feudalismo) e moderno (o polo urbano-industrial) na sociedade brasileira.Ba década de 1970 emergiu um entendimento que o cerne da crise brasileira localiza-se na cisão entre as oligarquias agrárias, ao que se acresceu o potencial desestabilizador de um movimento militar, bem como a fraqueza política da burguesia industrial, propiciando um "vazio do poder" no pós-30 cuja expressão estatal fora uma recomposição intra-elite. No entanto, a nova estrutura política não mais seria a expressão imediata da hierarquia social e econômica, nem dos interesses de uma só fração de classe, como durante o regime oligárquico.Centre as primeiras leituras existe aquela que atribuindo ao tenentismo da década de 1920 o papel de porta-voz das reivindicações dos setores médios marginalizados do jogo político, como o vimos, veem sua participação ativa no golpe como um aval para a implantação da nova ordem de crescimento urbano-industrial para o país e da emergência do povo no cenário político. O regime de participação política restrita, uma vez "purificado" de seus vícios tradicionais - fraude eleitoral, fragilidade do Judiciário etc. - permitiria a efetivação das pretensões modernizantes da classe média e, portanto, o surto do desenvolvimento industrial do país.Duma tendência mais recente faz uma análise crítica do discurso produzido pelos "vencedores" do movimento de 1930, desqualifica-o como marco histórico fundamental. O verdadeiro "momento revolucionário" teria sido outro, 1928, quando se explicitou institucionalmente a luta de classes através da criação do Bloco Operário e Camponês pelo Partido Comunista. Este, ao imprimir ao movimento operário um cunho partidário, aprisionara-o às regras do jogo político oligárquico, transformando-o em "presa fácil" da reação das classes dominantes, particularmente da burguesia industrial. O golpe explicita a face mais autoritária do patronato e apaga da memória a luta de classes anterior.Eem 1930 ocorre o Colapso do Populismo no Brasil. As crises que levaram ao surgimento do populismo foram manifestações de rupturas internas e externas. O populismo foi a manifestação política da transição de uma economia de exportação para uma economia industrial, atuando como técnica de sustentação do poder e de poupança baseada na inflação de custos. A manipulação política das massas era fator essencial da política de compromissos estabelecida nesse período. Com o esgotamento do modelo de substituição de importações esgotou-se e a política de massas perdeu sua base econômica. Com isso o modelo entra em colapso.
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Resposta:
“O golpe de outubro de 1930 resultou no deslocamento da tradicional oligarquia paulista do epicentro do poder, enquanto os demais setores sociais a ele articulados e vitoriosos não tiveram condições, individualmente, nem de legitimar o novo regime, nem tampouco de solucionar a crise econômica. O período 1930-37 pode, por isso mesmo, ser definido como de crise política aberta, sem que nenhuma das frações de classe envolvidas lograsse torna-se hegemônica em sucessão à burguesia cafeeira, o que acabou garantindo ao Estado - a burocracia estatal - a possibilidade de atuar com relativa margem de autonomia face aos interesses em disputa. Estava em gestação uma modificação na própria estrutura e forma de atuação do Estado, cujos produtos viriam a ser não apenas a superação das formas tradicionais de expressão política dos interesses de classe, como também a alteração do próprio processo de reprodução das classes, inscrito na ossatura do Estado. A instalação da ditadura do Estado Novo em 1937 explicitaria tais tendências”. (MENDONÇA, PARTE B ESTADO E SOCIEDADE: A consolidação da república oligárquica S. In LINHARES, M. História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Campus-Elsevier, 2003, p. 332)
Resposta: As oligarquias dissidentes e lideranças do movimento tenentista.
Explicação: Quais grupos sociais participaram da coalizão que provocou a Revolução de 1930, elevando Getúlio Vargas ao poder e iniciando a chamada "Era Vargas"?