“O futuro é brilhante”
Mayana Zatz defende mais ousadia nos estudos com células-tronco e revela avanços na área. A notícia de que cientistas do J. Craig Venter Institute desenvolveram a primeira célula sintética do mundo alegrou a bióloga do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) Mayana Zatz. Eufórica seria dizer muito. Não que Mayana não seja entusiasta das descobertas, mas seu lado racional fala mais alto. Afinal, como uma das maiores geneticistas e pesquisadoras sobre a aplicação de células-tronco no combate a doenças neuromusculares do mundo, ela sabe que a distância entre as descobertas e seus resultados práticos diminuiu, mas ainda é grande.
É um genominha sintético extremamente simples, mas é um salto gigantesco – diz ela, entre a euforia e os pés no chão. O futuro é brilhante, mas vai exigir o dobro do trabalho, dos recursos, de pesquisadores, um desafio enfim.
Mas a esperança não morre nunca, e no próximo dia 16 de junho, Mayana embarca para São Francisco, nos EUA, onde participa do Congresso Internacional de Células-Tronco e de onde sempre volta, diz ela, “de quatro” com as novidades e avanços das pesquisas genéticas. Ali, ela discutirá com milhares de cientistas os avanços de sua equipe na USP com o uso de células-tronco do tecido adiposo – a infame gordura – para a fabricação do tecido muscular. [...]
O GLOBO, Saúde-Ciência, 23 maio. 2010. p. 37.
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