O fragmento é uma carta enviada por Quincas Borba ao amigo Rubião, em Barbacena. Escrita de maneira confusa-seu autor estava louco e alternava momentos de lucidez e de fantasias -, pede ao ex-enfermeiro, o amigo Rubião, que dê lembranças e cuide de um outro Quincas Borba, que era
"Meu caro senhor e amigo.
"Você há de ter estranhado o meu silêncio. Não lhe tenho escrito por certos motivos particulares, etc. Voltarei breve; mas quero comunicar-lhe desde já um negócio reservado, reservadíssimo.
"Quem sou eu, Rubião? Santo Agostinho. Sei que há de
sorrir, porque você é um ignaro, Rubião; a nossa intimidade
permitia-me dizer palavra mais crua, mas faço-lhe esta
concessão, que é a última. Ignaro!
"Ouça, ignaro. Sou Santo Agostinho; descobri isto anteontem: ouça e cale-se. Tudo coincide nas nossas vidas. O santo e eu passamos uma parte do tempo nos deleites e na heresia, porque eu considero heresia tudo o que não é a minha doutrina de Humanitas; ambos furtamos, ele, em pequeno, umas peras de Cartago, eu, já rapaz, um relógio do meu amigo Brás Cubas. [...]
[...] Hás de compreender-me. Logo que tornar a Barbacena, dar-te-ei em termos explicados, simples, adequados ao entendimento de um asno, a verdadeira noção do grande homem. Adeus; lembranças ao meu pobre Quincas Borba. Não esqueças de lhe dar leite; leite e banhos; adeus, adeus.... Teu do coração
QUINCAS BORBA."
(ASSIS, Machado de. Quincas Borba. São Paulo: DCL, 2013. Fragmento.)
a) um gato de estimação que batizara com nome idêntico ao seu.
b) seu cachorro de estimação, que, após a morte do dono, fica aos cuidados de Rubião.
c) um tio, velho e alquebrado, de quem, em vida, herdara toda a fortuna e cuidava com amor de conservá-lo.
d) O seu velho pai, de quem legara o nome e para quem todas
as suas preocupações de ternura funda convergiam.
e) Humanitas, criatura que acreditava tal como uma alma, a habitar-lhe a casa e que era fruto apenas de sua imaginação.
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Resposta:
Letra B
Explicação:
Machado de Assis introduz nas primeiras linhas a história do professor de Barbacena que inesperadamente recebe a herança do amigo Quincas Borba, um filósofo cuja morte é descrita em Memórias Póstumas de Brás Cubas. A fortuna vem com a incumbência do herdeiro de cuidar do cachorro Quincas Borba, o mesmo nome do dono.
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