o fragmento do artigo de Paulo César de Oliveira e em seguida disserte sobre como Educação e Emancipação podem contribuir para a superação do quadro descrito no texto.
[...] Adorno concorda que a competição é um principio, no fundo, contrário a uma educação humana. Mas o mundo capitalista vive e estimula a competição; nela vê um dos mecanismos da sobrevivência e do progresso. E a competição está inerente ao processo educacional contemporâneo... O que fazer? Infelizmente, a “massa” dos professores continua considerando a competitividade como sendo um instrumento central da educação e um instrumento para aumentar a eficiência. E romper com esse paradigma significa assumir uma postura política diferente. Ora, a questão que se coloca é se a escola e todos os que nela estão envolvidos querem, de fato, no discurso e na prática, romper com a filosofia do desempenho e do mérito, da lógica da dominação, e assumir, verdadeiramente, que conviver bem é preferível à vitória pessoal. O que se percebe é que a educação hodierna prepara pessoas para vencerem ocuparem postos altos. Esse parece ser o ideal de vida! Ora, com este tipo de perspectiva, continuaremos a ter barbáries, uma vez que haverá sempre um dominador e muitos dominados. Haverá sempre uma cultura predominante sobre as demais! E as conseqüências do instinto destrutivo do homem poderão superar o que ocorrera em Auschwitz [...].
(OLIVEIRA, Paulo César de. Educação e emancipação: Reflexões a partir da filosofia de Theodor Adorno. Theoria – Revista Eletrônica de Filosofia.
Soluções para a tarefa
A partir da análise do texto, é possível pensar que o ideal
pedagógico em questão é a emancipação, a
libertação das pessoas das relações de dominação existentes no mundo
capitalista moderno. Assim sendo , se faz necessário uma ruptura com a ideia de que o
objetivo da educação é formar pessoas para que possam competir melhor no
mercado de trabalho e na vida em geral, pois, quando o objetivo é
alinhado ao estímulo da competitividade, a educação promove o individualismo e
o egoísmo.
As referidas características seriam indesejáveis dentro de um
ideal de emancipação, que busca o bem coletivo e não o individual. A ideia é que todas as
pessoas possam, em conjunto, produzir as mudanças que forem necessárias na
sociedade, tendo em vista melhorias que afetam a coletividade.
A educação emancipatória também deve estimular a
sensibilidade, que é reduzida pela lógica da
competitividade que leva as pessoas a buscarem ganhos pessoais, desconsiderando
vários elementos do mundo ao seu redor. Pessoas e sociedades insensíveis não
seriam capazes de evitar novas tragédias como o Holocausto, que é uma das
grandes preocupações de Adorno.
A
escola deve promover uma educação que combata os absurdos e as possibilidades
de novas barbáries, portanto o caminho acontecerá com o rompimento das hierarquias
que facilitam o autoritarismo e a violência. A
emancipação era vista por Adorno como a chave para que a humanidade possa
evitar as barbáries, algo que depende de uma reformulação radical
da educação.