História, perguntado por betorodrigues19, 1 ano atrás

O fragmento, a seguir, é de Noam Chomsky, proeminente intelectual norte-americano, referência no movimento anti-capitalista.



Com um documento de alto nível atrás do outro, os estrategistas norte-americanos expunham a visão de que a principal ameaça à nova ordem mundial, liderada pelos EUA, era o nacionalismo do Terceiro Mundo - algumas vezes chamado de ultranacionalismo: os "regimes nacionalistas" que atendem às "exigências populares de elevação imediata dos baixos padrões de vida das massas" e produção de bens que satisfaçam às suas necessidades básicas.

As metas básicas dos estrategistas, insistentemente repetidas, eram evitar que os ultranacionalistas tomassem o poder, se por um golpe de sorte eles chegassem ao poder, retirá-los e instalar ali governos que favorecessem os investimentos privados do capital interno e externo, a produção para exportação e o direito de remessa de lucros para fora do país. [...]

Em outras palavras, o que os EUA querem é "estabilidade", quer dizer, segurança para "as classes dominantes e liberdade para as empresas estrangeiras". Se isso pode ser obtido com métodos democráticos formais, OK. Se não, a ameaça à "estabilidade" causada pelo bom exemplo tem de ser destruída, antes que o vírus infecte os outros. É por isso que, mesmo se a menor partícula causar tal perigo, ela tem de ser esmagada. (CHOMSKY, Noam. O que o Tio Sam realmente quer. Brasília: Editora UnB, 1999, p. 8;11).



Com base na citação e nas leituras realizadas sobre a hegemonia dos EUA no mundo atual, elabore um texto reflexivo (mínimo 10 linhas), respondendo as seguintes questões:

a) Faça uma análise sobre a crítica do autor em relação à política externa norte-americana.

b) Rememorando a história recente dos EUA identifique e analise um contexto da política externa (pós 2ª Guerra Mundial) que exemplifica a colocação de Chomsky.

Soluções para a tarefa

Respondido por EduardoPLopes
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A crítica que Chomsky faz à política externa americana é que ela se sobrepõe sobre o desenvolvimento social "natural" de outras sociedades, de modo que os Estados Unidos, muitas vezes por meio da força, fazem com que os países que são seus "alvos estratégicos" passem a agir não do modo que é melhor para a população destes países, como seria o mais adequado do ponto de vista humanístico, mas de acordo com os interesses dos investidores americanos, mesmo que isto custe sofrimento e devastação nos países "alvos" dos americanos.


Isto pode ser exemplificado mesmo no nosso país, o Brasil, onde os Estados Unidos, temendo o avanço do comunismo soviético, patrocinaram um golpe de Estado que retirou do poder um presidente democraticamente eleito, João Goulart, e colocou em seu lugar uma junta militar que suspendeu os direitos constitucionais e promoveu graves violações aos direitos humanos, de modo que, visando os interesses dos investidores americanos, o governo estadunidense promoveu um golpe antidemocrático em um país que, teoricamente, era um aliado.

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