O filósofo Slavoj Zizek, em sua obra O sofrimento de Deus: inversões do apocalipse, apresenta o argumento de um Deus que sofre com o que foi feito do cristianismo, principalmente na contemporaneidade. Nesse sentido, a história do cristianismo, da forma como ela foi construída e repassada ao longo dos séculos, permitiu o surgimento de grupos fundamentalistas.
A partir do argumento de Zizek, assinale a alternativa correta:
A. A falência do cristianismo consiste na centralidade dada à crucificação de Jesus Cristo.
Segundo Zizek, a falência do cristianismo, no sentido da tomada fundamentalista em nome da fé cristã na contemporaneidade, está atrelada à centralidade histórica dada ao acontecimento mortal e temporal da crucificação. Ao colocar este evento como central, a ideia de Deus transcendental é substituída pela ideia de um Deus que se personifica, que se faz humano. A partir da morte de Jesus, a divindade de Deus é perdida. Os humanos se veem destinados a lidar com o fardo da existência e tendo que assumir a responsabilidade diante dos outros e de si. Para Zizek, se os cristãos não centralizassem a religião em um acontecimento humano, determinado temporalmente, ela manteria o seu caráter mágico e, portanto, acontecimental e milagroso.
Soluções para a tarefa
Resposta:
C.
Faltou à Igreja o tratamento exegético e histórico diante dos acontecimentos trágicos ocorridos anteriormente ao Holocausto.
Explicação:
Segundo Moltmann, a crise da Igreja, ou ainda, a "crise cristológica", deu-se pela falta de tratamento exegético e histórico, por parte da Igreja, com os acontecimentos trágicos que ocorreram ao longo da história da humanidade, mesmo antes do Holocausto. Nesse contexto, o autor argumenta que muitas pessoas abandonaram a Igreja por falta de engajamento da instituição em lutas por justiça, igualdade, democracia, entre outras. Contudo, cabe ressaltar que algumas instituições acolheram judeus e eram contra o regime, mas também se fizeram coniventes por temor. Assim, a oposição de algumas igrejas se dava de forma velada. Nesse contexto, Moltmann e outros estudiosos não veem a possibilidade de coesão entre as igrejas, mas não atribuem a esse fator a contribuição (muito mais a falta dela) ao combate ideológico do regime.