O filósofo e matemático grego Platão nascido no ano 428 a.C. é conhecido como o primeiro grande idealista. Segundo Platão, o conhecimento se desenvolve por meio da passagem do mundo das ilusões e das aparências para o mundo das ideias e das essências.
Em sua obra A República, ele narra um diálogo metafórico entre Sócrates, personagem principal, e Glauco, seu irmão.
Nesse diálogo, o filosofo imagina um grupo de pessoas presas dentro de uma caverna. Todos estão acorrentados e de costas para entrada, de moto que o que veem é uma parede que fica logo em frente. Atrás dessas pessoas, há um muro alto e, por trás dele, uma fogueira. Pessoas e objetos em volta da fogueira geram sombras que ultrapassam a altura do muro e são projetadas na parede. Assim, tudo que as pessoas que ali estão veem é esse “teatro de sombras” e também ouvem os ecos que vêm de fora. Porém, uma delas se livra das amarras e se liberta. Olha nitidamente para o facho de luz que vem de fora e se pergunta de onde sai a claridade. Esfrega os olhos não acostumados com luz, procura escalar o muro e, depois, passa pela fogueira. Com muita dificuldade, sai da caverna e espanta-se com a luminosidade do Sol, com a exuberância da natureza e com os contornos precisos dos animais e das plantas. Conclui, então, que o que via, na parede da caverna, eram só imitações. Agora, ela se sente livre e feliz, mas não consegue esquecer os companheiros que lá deixou e, por isso, decide voltar à caverna.
Assim que chega, conta tudo o que viu, mas as pessoas não acreditam. Elas apontam para a parede e dizem que somente o que veem é o que existe. Em seguida, decidem matá-la. Essa importante alegoria nos mostra a necessidade de sairmos das sombras e nos colocarmos à luz do Sol. O Sol como metáfora do bem que nos possibilita o conhecimento da realidade. Pergunto: seria então, essa pandemia, a COVID19, uma oportunidade solar, por mais paradoxal que pareça, um tempo oferecido para reflexão, uma oportunidade para sairmos da escuridão do egoísmo, da ganância, da falta de empatia, do consumismo, da belicosidade, da competição exacerbada, da futilidade, da arrogância tão presentes neste século?
Hoje, quando essa pandemia assombra o mundo inteiro e nos confina conosco mesmos, teremos bastante tempo para retirarmos os entraves dos olhos, livrarmos desse ofuscamento da visão, e assim contemplarmos um “novo mundo” onde nos libertaríamos dos enganos da tal modernidade. Quantos enganos!
É preciso ignorar o ignorante que vive de senso comum. É preciso buscar a iluminação. É preciso sair da caverna. É preciso investir na educação, ciência, arte, saúde e pesquisa que, certamente, nos farão ver o Sol, chegar ao conhecimento e às ideias puras, assim como Platão preconiza. E, ainda, nos farão transcender, nosso destino último. Mesmo que tenhamos que escalar “muitos muros”, pular “ inúmeras fogueiras”, mas sempre em direção do Sol.
1- No texto acima Eliana Garcia nos deixa o questionamento: seria então, essa pandemia, a COVID19, uma oportunidade solar, por mais paradoxal que pareça, um tempo oferecido para reflexão, uma oportunidade para sairmos da escuridão do egoísmo, da ganância, da falta de empatia, do consumismo, da belicosidade, da competição exacerbada, da futilidade, da arrogância tão presentes neste século? Registre aqui suas conclusões.
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A autora do texto deixa bem claro a metáfora dos tempos atuais, e como estamos vivendo. Com o novo Covid-19 que assola o mundo, ainda sim há muitas pessoas que preferem estar de costas para a luz, vivendo interiormente e acreditando apenas no que vê, infelizmente.
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