O filósofo alemão do século XIX, Friedrich Nietzsche, proclamou ousadamente que estava virando a ética cristã tradicional de cabeça para baixo. Começou aos pouquinhos, anunciando a morte de Deus. Deus retaliou anunciando – nas paredes dos banheiros masculinos de cidades universitárias – a morte de Nietzsche. O que Nietzsche queria dizer com a morte de Deus era que a cultura ocidental havia ultrapassado as explicações metafísicas do mundo, assim como a ética cristã que a acompanhava. Chamou o cristianismo de “moralidade de manada” porque ensina uma “ética antinatural” – diz que é errado ser macho alfa que domina uma manada. Em lugar da ética cristã, ele propôs uma ética de força, de afirmação da vida, que chamou de desejo de poder. O indivíduo excepcional, o Übermensh ou super-homem, está acima da moralidade da manada e merece expressar livremente sua força e superioridade naturais sobre a manada [...]
CATHCART, Thomas; KLEIN, Daniel. Platão e um ornitorrinco entram num bar...A filosofia explicada com senso de humor. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.p. 105-106.
De acordo com o texto lido, a “moralidade de manada”, refere-se
(A)
à transvaloração dos valores morais tradicionais em prol de uma moralidade natural e em favor da vida.
(B)
à moral dos fortes, que consiste em aceitar o caráter trágico da existência.
(C)
à racionalidade em equilíbrio com as paixões e os desejos.
(D)
aos aspectos dionisíacos da existência, que consistem na fruição dos desejos e das paixões.
(E)
à moral dos fracos e ressentidos, que temem a vida, o corpo, as paixões e os desejos.
Soluções para a tarefa
Para Nietzsche a “moralidade de manada”, refere-se:
A) à transvaloração dos valores morais tradicionais em prol de uma moralidade natural e em favor da vida.
Segundo Nietzsche, não existe uma moral universal, que valha para todos os homens em todos os tempos, como quiseram muitos dos moralistas até hoje: se a moral é resultado da demanda da vontade de poder ela é diretamente relacionada a determinado estado momentâneo do conflito constante das forças.
Assim, os moralistas até então generalizam onde não se deve generalizar, já que o bem-estar geral é uma falácia e não passa de um expurgo, e o que é justo para um não pode absolutamente ser justo para outro, que a exigência de uma moral para todos é nociva precisamente para os homens elevados.
A crítica nietzschiana ao nivelamento moral tal como se dá no Cristianismo, está baseada na concepção hierárquica das forças atuante entre os homens, a partir da ideia mesma do mundo como vontade de poder, rebaixando ou nivelamento do homem mediante o conceito de igualdade: "sempre, desde que existem homens, houve também rebanhos de homens: clãs, comunidades, tribos, povos, Estados, Igrejas, e sempre muitos que obedeceram, em relação ao pequeno número dos que mandaram".
Bons estudos!