“ O diagnóstico diferencial da paranoia, assim compreendida pelo recorte nítido que lhe
traçamos, é facílimo e basta apelar para suas qualidades essenciais para afastar todas as outras
enfermidades do espírito, em que as delusões existem. Primitiva e originária autofilia que a educação
permitiu e favoreceu: inadaptabilidade do Eu desmedido ao meio não conformado: ação e reação
persecutórias; sistematização de ideias e consecutivamente de delírios, coerentes, lógicos, fixos,
possíveis, com retrospectiva falsificação da memória, chegando até a mudança de personalidade;
raridade das alucinações e precocidade das auditivas sobre as outras; com uma inteligência lúcida e
resistente por longo tempo sem deteriorações demenciais, - aí está com que se separar a paranoia
destes epifenômenos que surgem de irregular e despropositadamente, sem fundamento nem coesão,
com arcabouço evidentemente alucinatório, pelos múltiplos e profundos erros sensoriais, que
chamamos síndromes paranoides, comuns a todas as doenças mentais. Bem se vê que uma relação
deve de exigir entre essa paranoia organizada e íntegra e esses trechos paranoicos, sim, tanto quanto
em semiologia é a relação entre as síndromes inconstantes ou incaracterísticas que surgem em várias
doenças e aquelas outras que se afeiçoam por essa constante manifestação. A gênese da ideia
paranoica e paranoide é a mesma; autorreflexiva; é a personalidade que inconscientemente refere a
si mesmo suas sensações internas ou externas e automaticamente as remói, sem o corretivo da
consciência, num critério pejorativo ou expansivo. Apenas, estes fenômenos, que têm raízes na
psicologia normal, se apresentam com um desenvolvimento integral, evolutivamente crescente,
organizado em sistema, enquanto, por longo tempo, é lúcida a inteligência - na paranoia; mais ou
menos frustros, abreviados, sem coesão sintomática, com um cunho de absurdidade manifesta,
permitida pelas profundas lesões da consciência - nas psicoses agudas, nos episódios dos
degenerados, nas deteriorações demenciais. Processo agudo, pois que gera a confusão, a
incoerência, o absurdo nas intoxicações, autointoxicações, infecções, paroxismos episódicos ou processos crônicos, que produzem a inconsistência, a incoerência, o absurdo nas dissoluções da inteligência: jamais se confundirão com a paranoia, anomalia que se transforma longamente em doença e em que a consciência perfeita e a inteligência respeitada separam todas as confusões possíveis. Estender o nome paranoia àqueles estados é abusivamente misturar na mesma designação fatos que se não parecem sob nenhum critério, dos aceitos em patologia, para a individuação nosológica. Seria fazer apenas semiologia e nunca descer mais fundo na difícil interpretação das causas e conhecimento da evolução [...].” Extraído do texto A paranoia e as síndromes paranoides, autoria de Moreira; Peixoto (2010).
Sobre o diagnóstico diferencial e o tratamento do paciente paranoide, complete a frase
a seguir: É importante fazer um diagnóstico diferencial com o objetivo de identificar se se trata de
_________________ da personalidade ou de um transtorno paranoico secundário, aquele induzido
por _________ . O tratamento do paciente paranoico requer a adoção de ___________.
Escolha uma:
a. Estruturação neurótica – pressões do meio – antidepressivos.
b. Surto maníaco – doenças orgânicas – internação.
c. Surto psicótico – medicamentos – psicoterapia.
d. Estruturação paranoica – medicamentos – antipsicóticos.
e. Estruturação perversa – pressões sociais – cobranças familiares.
Soluções para a tarefa
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alternativa d. Estruturação paranoica – medicamentos – antipsicóticos.
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SEGUNDO O AVA:
Estruturação paranoica – medicamentos – antipsicóticos.
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