O dia de meu pai
Faz hoje nove anos que Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, homem pobre, mas de ilustre estirpe,
desincompatibilizou-se com este mundo. Teve ele, entre outras prebendas* encontradas no seu modesto, mas
lírico caminho, a de ser meu pai. E como, ao seu tempo, não havia essa engenhosa promoção de imprensa
chamada de “O Dia do Papai”, eu quero, em ocasião, trazer nesta crônica o humilde presente que nunca lhe dei
quando menino; não só porque, então, a data não existia, como porque o pouco numerário que eu conseguia,
quando em calças curtas, era furtado às suas algibeiras; furtos cuidadosamente planejados e executados cedo
de manhã, antes que ele se levantasse para o trabalho, e que não iam além de uma moeda daquelas grandes de
400 réis. Eu tirava um prazer extraordinário dessas incursões ao seu quarto quente de sono, e operava em seus
bolsos de olho grudado nele, ouvindo-lhe o doce ronco que era para mim o máximo. Quem nunca teve um pai
que ronca não sabe o que é ter pai.
Se Clodoaldo Pereira da Silva e eu trocamos dez palavras durante a sua vida foi muito. Bom dia, como
vai, até a volta — às vezes nem isso. Há pessoas com quem as palavras são desnecessárias. Nos entendíamos e
amávamos mudamente meu pai e eu. Talvez pelo fato de sua figura emocionar-me tanto, evitei sempre pisar
com ele o terreno das coisas emocionais, pois estou certo de que, se começássemos a falar, cairíamos os dois
em pranto, tão grandes eram em nós os motivos para chorar (...)
05. A partir da forma como o narrador fala de seu pai, trace um perfil dele como filho.
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06. Pelo que narra, como, provavelmente, deve ter sido a relação entre esse filho e seu pai?
Soluções para a tarefa
Resposta:5-filho único, amoroso, tem pais pobres e analfabetos, é morador da periferia, perde amigos, deseja superar a violência por meio do estudo e do trabalho, sofre com o alcoolismo do pai. É sensível, respeitoso (não queria constranger o pai, que não sabia ler), trabalhador, esforçado, estudioso, orgulhoso do trabalho, grato e solidário com a família.6-Nessa primeira grande aventura da família, Moomin Pai tinha sumido. Moomintrol e Moomin Mãe saíram à procura de um lugar para se abrigar no inverno e resolveram procurar por ele. No caminho, enfrentaram um dilúvio, conheceram criaturas divertidas e estranhas, fizeram amigos e passaram apertos, até que chegaram ao lugar que viria a ser o Vale dos Moomins, onde muitas aventuras os aguardam...