O declínio começou?
Limpar a reputação das palavras alienígenas é uma missão inglória. Em 1999, o atual presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, apresentou um projeto de lei que tornaria obrigatório o uso do idioma português em espaços públicos e vetava estrangeirismos como delivery, mouse ou deletar. Se desse certo, até o nosso football poderia estar em risco. Mas tal absurdo teria chance zero de funcionar, mesmo com medida provisória ou decreto imperial.
Do mesmo modo que as transformações da linguagem são naturais e incontroláveis, a resistência a elas é um tipo de conservadorismo que parece inevitável. Se você acha que seu sobrinho escreve de um jeito esquisito nos chats da internet, lembre-se de que seu pai implicava com as suas gírias e que seu avô não deveria engolir muito bem aquela coisa de broto legal e é uma brasa, mora. Quem resiste às mudanças são as pessoas que têm o poder de ser ouvidas, afirma Ana Müller, da USP. Essas pessoas geralmente já atingiram a maturidade física e intelectual têm entre 40 e 50 anos, dominam a norma culta da língua e ocupam posição social confortável. A idealização da própria juventude, sintoma comum em quem não absorve mais inovações, é um fenômeno universal e atemporal.
Segundo o autor desse fragmento de reportagem, o projeto de lei que vetava o uso de estrangeirismos em espaços públicos brasileiros fracassou devido
A) à complexidade do idioma português.
B) à inconveniência dos estrangeirismos.
C) ao conservadorismo dos falantes.
D) ao funcionamento dinâmico da língua.
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Resposta:
D)
Explicação:
Do mesmo modo que as transformações da linguagem são naturais e incontroláveis, a resistência a elas é um tipo de conservadorismo que parece inevitável.
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