Português, perguntado por PabloHdMF, 11 meses atrás

O Cortiço é um romance que procura explicar o comportamento das pessoas por meio do ambiente em que elas vivem. Na introdução da obra, João Romão, uma das personagens principais, é apresentada.

O Cortiço

João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro. Proprietário e estabelecido por sua conta, o rapaz atirou-se à labutação ainda com mais ardor, possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de estopa cheio de palha. A comida arranjava-lhe, mediante quatrocentos réis por dia, uma quitandeira sua vizinha, a Bertoleza, crioula trintona, escrava de um velho cego residente em Juiz de Fora e amigada com um português que tinha uma carroça de mão e fazia fretes na cidade. Bertoleza também trabalhava forte; a sua quitanda era a mais bem afreguesada do bairro. De manhã vendia angu, e à noite peixe frito e iscas de fígado; pagava de jornal a seu dono vinte mil-réis por mês, e, apesar disso, tinha de parte quase que o necessário para a alforria. […]

AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. Disponível em: . Acesso em: 12 nov. 2019.

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Com base na leitura do trecho, é possível inferir que

(A)
a carroça de mão não era o meio de trabalho do português.

(B)
Bertoleza era a única personagem que vendia comida.

(C)
o personagem João Romão é muito ambicioso.

(D)
a alforria custava menos de vinte mil-réis.


TiaAnnaKamui: TBM PRECISO ;-;
hiroshihomi62: vcs ja conseguiram a resposta
hiroshihomi62: manda ai pfvr

Soluções para a tarefa

Respondido por jplivrosng
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Neste trecho podemos ver a ambição do personagem João Romão que às custas de poder enriquecer mais rápido, se privava até de necessidades, restrigindo-se apenas às mais básicas das necessidades. (letra c)

Um conto de réis corresponde a "mil mil réis", ou seja, Um milhão de réis.

Portanto vemos que João tinha uma boa fortuna, mas ainda assim se privava de gastar tal fortuna e ainda buscava economizar mais.

A comparação com a Bertoleza, permite-nos ter uma ideia da riqueza de João, pois a quitandeira fazia por dia mais do que vinte mil réis (sendo este valor a diária de trabalho que ela pagava).

Portanto João tinha guardado o equivalente a 75 dias de pagamento que a Bertoleza fazia.

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