História, perguntado por henriqueBR984, 9 meses atrás

o comércio de escravos por se tratar de um negócio muito lucrativo despertou interesse de outros reinos europeus além de Portugal.quais foram eles

alquem por favor!!!!

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Respondido por 4541171316
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Resposta: Nos séculos XV e XVI o Velho Mundo descobriu o Novo. As façanhas náuticas desses duzentos anos levaram os europeus a quase todas as regiões que tinham acesso marítimo, e deram origem a uma nova concepção geográfica do pequeno mundo até então conhecido, centralizado no Mediterrâneo, - Europa, parte do Oriente Próximo, Norte da África - para o mundo como o conhecemos hoje e cuja integridade geográfica fora então revelada.

Não se tratava somente da incorporação de novos continentes e ilhas, cuja descoberta foi muitas vezes fortuita e algumas vezes até inoportuna, mas do contato direto com regiões até então apenas imaginadas. As informações sobre África e Ásia chegavam à Europa graças aos relatos dos viajantes. Eram, no entanto, informes atrasados e, em boa parte, confusos e fantasiosos.

Os europeus não tiveram acesso direto aos relatos dos viajantes árabes, os únicos que poderiam fornecer dados precisos sobre o interior da África e especialmente sobre sua costa oriental. As poucas informações disponíveis foram fornecidas por um grupo de cartógrafos judeus de Maiorca que assinalaram, em mapas do final do século XIV, a localização mais ou menos exata de Tombuctu e dos rios Senegal e Níger, no noroeste do continente negro.

Em compensação, os relatos de viagens à Ásia eram numerosos e detalhados. As descrições criteriosas de Marco Polo gozavam de grande popularidade, eram as mais completas e mais ricas, porém referiam-se ao mundo sino-asiático do final do século XIII, época em que fizera suas viagens. Igual prestígio desfrutavam os relatos de Oderico de Pordenone, outro viajante europeu fascinado pelos costumes e curiosidades chinesas.

A riqueza e a autenticidade dessas obras conviviam, no entanto, em pé de igualdade, com as histórias imaginárias de Sir John Mandeville. Sua descrição de homens com cabeça de cão e cauda atraía tanta atenção e fazia tanto sucesso como as explicações de Marco Polo dos variados usos da “pedra negra” dos chineses. Sem critérios para julgar a veracidade de qualquer notícia, os europeus recebiam a todas com a mesma credulidade. Fidedignas ou fantásticas, todas essas obras desempenharam um papel importante, despertando o interesse pelo Oriente e influindo diretamente sobre o imaginário dos primeiros exploradores.

Se as notícias pitorescas e fantásticas do mundo oriental já excitavam a curiosidade europeia, apresentando-o como terra de exóticos costumes e tesouros fabulosos, o aparecimento de tratados acadêmicos, a partir do século XIII, iria estimular ainda mais a perspectiva de busca do Oriente. Esses tratados, baseados no legado cultural da Antiguidade, forneceriam ao europeu dos séculos XV e XVI dados, nem sempre exatos e muitas vezes contraditórios, porém com os quais poderia arriscar suas primeiras hipóteses.

A ideia da esfericidade da Terra foi amplamente divulgada pelo erudito inglês John Hollywood, em seu livreto De Sphaera Mundi, de tal forma que toda pessoa culta do século XV sabia que o mundo era redondo. Por outro lado, o Imago Mundi do cardeal Pierre d’Ailly, escrito por volta de 1410, apresentava a África rodeada pelo mar, o que abria a possibilidade de acesso ao Oceano Índico pela extremidade sul do continente.

Tanto Hollywood quanto d’Ailly sofreram forte influência de Roger Bacon, cuja obra, datada de 1264, apresentava uma concepção geográfica realmente revolucionária para a sua época e que permaneceu insuperável até pelo menos o final do século XV. Baseando-se em escritores árabes, Bacon acreditava que tanto a África como a Ásia estendiam-se muito ao sul do Equador e, contrariando um preceito muito antigo, advogava ser a zona tórrida uma área habitável.

Essas ideias, surpreendentes para uma Europa que carecia de qualquer dado concreto da real configuração terrestre, chocavam-se, no entanto, com todas as concepções apoiadas na obra de Ptolomeu. Esse egípcio helenizado escreveu, em meados do século II d.C., uma compilação de todo o conhecimento geográfico e cosmográfico do seu tempo. Esse tratado, intitulado Geografia, reapareceu na Europa no século XIII e alcançou indiscutível prestígio nos círculos eruditos nos séculos seguintes.

Ptolomeu, na segunda parte do seu compêndio, composto por uma coleção de mapas, apresentava a África muito mais larga do que na realidade e completamente achatada, a Índia muito pequena, mutilada em quase 50 por cento do seu território; o Ceilão, por outro lado, exageradamente grande; e o sul do continente africano unido ao Sinai, o que fazia do Oceano Índico um mar fechado. Somando-se tudo, o tamanho da Terra resultava 1/4 menor do que na realidade, e essa era a ideia mais popular na Europa.

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