Português, perguntado por netfuture35, 3 meses atrás

O caso da aranha
Este primeiro dia de Paraíba tem que ser consagrado ao caso da aranha. Não é nada importante, porém me
preocupou demais e o turismo sempre foi manifestação egoística e individualista.
Cheguei contente na Paraíba com os amigos, José Américo de Almeida, Ademar Vidal, Silvino Olavo me abraçando.
Ao chegar no quarto pra que meus olhos se lembraram de olhar pra cima? Bem no canto alto da parede, uma aranha
enorme, mas enorme.
Chamei um dos amigos, Antônio Bento, pra indagar do tamanho do perigo. Não havia perigo. Era uma dessas
aranhas familiares, não mordia ninguém, honesta e trabalhadeira lá ao jeito das aranhas. Quis me sossegar e de fato
a razão sossegou, mas o resto da minha entidade, sossegou, mas foi nada! Eu estava com medo da Aranha. Era uma
aranha enorme.
Tomei banho, me vesti etc. fui jantar, voltei pro quarto arear os dentes, ver no espelho se podia sair pra um
passeinho até a praia de Tambaú, mas fiz tudo isso aranha. Quero dizer: a aranha estava qualificando minha vida, me
inquietava enormemente.
Passeei de um passeio surpreendente na Lua-cheia. Logo de entrada, pra me indicar a possibilidade de bom
trabalho musical por aqui, topei com uns sons dum coco. O que é, o que não é: era uma crilada gasosa dançando e
cantando na praia. Gente predestinada pra dançar e cantar, isso não tem dúvida. Sem método, sem os ritos
coreográficos do coco, o pessoalzinho dançava dos 5 anos aos 13, no mais! Um velhote movia o torneio batendo no
bumbo e tirando solfa. Mas o ganzá era batido por um paizote que não tinha 6 anos, coisa admirável. Que precocidade
rítmica, puxa! O piá cansou, pediu pra uma menina fazer a parte dele. Essa teria 8 anos certos, mas era uma virtuose
no ganzá. Palavra que inda não vi, mesmo nas nossas habilíssimas orquestrinhas maxixeiras do Rio, quem exercesse a
paraibaninha na firmeza, flexibilidade e variedade de mover o ganzá. Custei sair dali.
Os coqueiros soltos da praia me puseram em presença da aranha. O passeio estava sublime por fora, mas eu estava
impaciente, querendo voltar pra ver se acabava duma vez com o problema da aranha.
E fiquei em presença da aranha outra feita. Olhei pro lugar dela, não a vi. Foi-se embora, imaginei. De repente vi a
aranha mais adiante. Está claro que a inquietação redobrou. De primeiro ela ficara imóvel, sempre no mesmo lugar.
Agora estava noutro, provando a possibilidade de chegar até meu sono sem defesa. Pensei nos jeitos de matá-la. Onde
ela estava era impossível, quarto alto, cheio de quarto alto, cheio de frinchas e de badulaques, incomodar os outros
hóspedes fazer barulho. A aranha deu de passear, eu olhando. Se ela chegar mais perto, mato mesmo. Não chegou.
Fez reconhecimento e se escondeu. Deitei, interrompi a luz e meu cansaço adormeceu, organizando a razão.
Faz pouco abri os olhos. A aranha estava sobre mim, enorme, lindos olhos, medonha, temível, eu nem podia
respirar, preso de medo. A aranha falou:
- Je t’aime.
Glossário


SITUAÇÃO INICIAL:

SITUAÇÃO PROBLEMA
CONFLITO:

MOMENTO DE TENSÃO
CONFLITO :

DESFECHO :

Soluções para a tarefa

Respondido por iasmimssouza02
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