O caso abaixo é uma reunião de um programa de combate ao tabagismo no serviço público, inspirado no artigo de Lucchese et al (2013)1.
Mediadora: Nosso tema-estímulo de hoje será: por que parar de fumar?
João, que em qualquer reunião quer ser o primeiro a falar, diz: Já tem um tempo que penso em parar, mas não consigo, então resolvi entrar para o programa, esperando que funcione. Doutora, estou nas suas mãos!
Maria faz o sinal da cruz: Deus me ajude que eu consiga desta vez, “a roupa da gente cheira mal, a mão cheira mal, [tenho] dificuldade para respirar, mau hálito, a casa e o carro fedem, os dentes estão amarelos” (LUCCHESE, 2013, p. 921). Motivos não faltam!
Rosa, que faz um tipo zen, fala: Tenho tentado ter uma vida mais saudável “quero me cuidar e já sinto os sintomas do fumo... quero parar de fumar para viver mais e melhor!” (LUCCHESE, 2013, p. 921).
Ana: Também estou pensando na saúde. Já perdi “um sobrinho com câncer, causado pelo cigarro, [...]. Tenho insônia, dor de cabeça, de garganta, depressão, pele feia, cheiro desagradável” (LUCCHESE, 2013, p. 921).
João: Ah calma, também não é bem assim. Não se deprima!
Maria olha para João e faz uma careta, sem deixar Ana ver. Ela sabe que Ana está mesmo muito deprimida e tem medo que João a deixe pior. Ela muda o tema: Outro problema pra mim é a convivência social, pois toda hora tem que sair pra fumar.
Pedro: E as questões econômicas. Quanto conseguiria economizar se não fumasse? O cigarro destrói a saúde e o meu bolso, estou gastando uns 500 reais por mês. Não tá fácil!
João, provocando Pedro: Aié, vai dizer que tu és pobre, eu vi quando chegou com aquele carrão.
Maria faz careta para João de novo e ele diz: O que é, vai fazer como minha mulher, ficar regulando o que eu falo. Maria responde: Desculpa, é que achei um tanto indelicado.
João, com jeito debochado: Ai ai ai, que sensíveis que eles são!
Rosa: Também acho que o cigarro atrapalha os relacionamentos, meu filho, por exemplo, não aceita. Eu bem que gostaria de dar esse presente pra ele. Chegar e dizer: Oh, parei de fumar!
Pedro: “Sinto vergonha, [sofro] exclusão social [por causa do] cheiro do cigarro, deixo de comer para fumar. Tenho 54 anos, fumo desde os 12 anos, [...]. Sinto vergonha de me relacionar com pessoas que não fumam” (LUCCHESE, 2013, p. 921).
João: Noooossa que tragédia.
Rosa: E o consumo de cigarros polui o meio ambiente.
Mediadora: Vejo que vocês têm muitos motivos para deixarem de fumar. Apareceram problemas de saúde, de relacionamento com não-fumantes e questões econômicas.
Na semana que vem vamos falar sobre como trabalhar a substituição do cigarro por coisas saudáveis e prazerosas. Tragam as ideias de vocês.
Maria: Aleluia!
Soluções para a tarefa
Resposta:
Conforme proposta mencionada sobre a minha percepção quanto à dinâmica do grupo, pode-se afirmar que o grupo de tabagismo é um instrumento de mediação eficaz, aos indivíduos, que busca a vontade de mudar de hábito, tendo com primordial a participação do grupo que venha falar sobre suas dificuldades, abstinência, ansiedade, buscando cada dia cessar com o hábito de fumar .
Neste mesmo contexto o tema sugerido pela mediadora, leva o indivíduo a argumentar sobre fatores de risco ocasionados pelo tabaco, tanto na esfera socioeconômico com a compra de cigarros, na saúde exemplo de diversas doenças pulmonares crônicas, como o enfisema pulmonar; a hipertensão arterial entre outras, no âmbito familiar com o fumante passivo é o indivíduo que convive com fumantes e inalam a fumaça de derivados do tabaco em ambientes fechados, social e ambiental.
Portando o objetivo do grupo é promover a partir dos relatos vivenciados, o empoderamento da construção de um modelo, no qual a saúde coletiva seja abordada de maneira profunda e eficaz.
Explicação: